🗞️IA pode ajudar a evitar catástrofes ambientais? Especialista comenta
Enfrentar qualquer tipo de catástrofe ambiental é um trabalho complexo que exige muita preparação, ainda mais quando toda a população de uma região é pega de surpresa. No entanto, é possível usar a tecnologia como aliada, ainda mais a IA que evolui a cada dia. O Canaltech conversou com um especialista para entender como a inteligência artificial pode ajudar a evitar esse tipo de problema — confira nas linhas a seguir.
Previsão e adaptação
É claro que a ideia não é colocar robôs com IA para impedir fisicamente o avanço de enchentes ou incêndios. O foco do uso da tecnologia é principalmente na previsão e adaptação de mudanças climáticas que podem resultar em situações horrorosas como as vistas no Rio Grande do Sul.
Sendo assim, o CEO da MadeInWeb e especialista em inteligência artificial, Vinícius Gallafrio, falou ao Canaltech sobre o assunto. Segundo o executivo, a IA pode ser utilizada para analisar imagens aéreas e identificar áreas de risco, desmatamentos e movimentações de terra.
“Essas análises podem reduzir a quantidade de área que necessita de cobertura e facilitar a tomada de decisões eficazes”, comenta Gallafrio. “Em casos de catástrofes ambientais, a IA pode cruzar esses milhares de dados com previsões de chuva e históricos de outros desastres, pois possui a capacidade de verificar milhares de parâmetros, simular todos os cenários possíveis e direcionar avisos dentro dos sistemas de alerta das cidades”, continua.
Sem custo excessivo, diz o especialista
Devido à inteligência artificial ser uma tecnologia bastante requisitada nos últimos anos, é possível imaginar que seja custosa para as empresas e instituições. No entanto, Gallafrio afirma que pouco mudaria.
“Não seria um custo muito diferente de outros investimentos feitos na área da tecnologia, pois não se trata de algo extremamente recente ou inacessível para grande parte da população”, aponta. “É algo bastante difundido e que as empresas usam, então acredito que tenha bastante viabilidade, não teria nada restritivo para ser implementado”, finaliza o especialista.
Empresas como as brasileiras Sipremo e a Fractal Engenharia já utilizam a IA na prevenção de eventos catastróficos naturais.
E a população?
Além de governos e companhias privadas, Gallafrio acredita que a população também poderia ter acesso à tecnologia para se preparar da melhor maneira possível em casos como o das enchentes no Rio Grande do Sul.
“A população poderia ter uma IA para fazer perguntas diretamente e receber orientações a partir de uma base de conhecimento da defesa civil, das boas práticas e do que deve ser feito em situações de risco”, explica o CEO da MadeInWeb. “A Inteligência Artificial funcionaria basicamente como um canal de comunicação normal, podendo receber informações de forma autônoma para se preparar e saber o que fazer nessas situações de risco”, conclui.
Como ajudar o Rio Grande do Sul
Por enquanto, ainda há muito o que fazer para auxiliar as vítimas assoladas pelas enchentes no RS. O site AjudeRS apresenta pontos de coleta para doações, enquanto canais oficiais aceitam Pix para ajudar as famílias que muito perderam na tragédia.
🗞️Robotáxi: Waymo registra marco de 50 mil viagens por semana
A Waymo comemorou, na semana passada, o sucesso da expansão e uso de seus robotáxis em Phoenix, São Francisco e Los Angeles. De acordo com anúncio da empresa do Google no X, a startup já realiza mais de 50 mil viagens pagas todas as semanas, indicando que as pessoas estão solicitando e confiando mais no serviço da companhia.
- O Waymo One, serviço de robotáxi da Waymo, opera 24 horas por dia, 7 dias da semana, nas três cidades mencionadas;
- Segundo informações do Engadget, se a empresa está realizando 50 mil viagens por semana, isso significa que recebe em média 300 reservas a cada hora ou cinco reservas a cada minuto;
- Em seu anúncio, a Waymo creditou sua “abordagem segura e deliberada” ao dimensionamento de seu programa para atingir esse marco;
- Assim como a Cruise, que passou por uma crise e agora enfrenta uma retomada lenta, a Waymo também viveu uma pausa nos negócios depois de seis de seus veículos causarem acidentes e bloqueio de tráfego.
Planejando uma expansão ainda maior, a Waymo também anunciou recentemente que planeja levar o seu serviço de robotáxi para o Texas e Atlanta. Plano deve ser colocado em prática nos próximos meses e, inicialmente, em formato de teste.
🗞️Conheça o mapa da inovação no Brasil
O Brasil é a economia mais inovadora da América Latina e uma das 50 mais inovadoras do mundo, segundo a edição mais recente do Global Innovation Index, realizado pela escola de negócios Insead e a revista britânica World Business. Foi a primeira vez que o Brasil assumiu a liderança regional desde que o estudo começou a ser feito, em 2007.
Estimativas indicam que hoje existem 4,5 milhões de startups no mundo, de acordo com o relatório de 2024 da organização Startup Genome, a ser lançado em junho deste ano. No Brasil, há 19 mil delas, metade da quantidade de startups de toda a América Latina, segundo dados do Distrito.
Boa parte ainda se concentra em São Paulo – 36,3% delas, segundo levantamento realizado pela Abstartups em conjunto com a Deloitte. Mas as soluções tecnológicas também migraram para regiões até pouco tempo atrás conhecidas por outras atividades, como o turismo. É o caso de Florianópolis, que construiu essa virada na última década, e de Campina Grande (PB), dona da maior festa de São João – e do segundo maior número de patentes – do país.
Na Região Centro-Oeste, o agro é pujante, mas não é tudo. Pesquisas com inteligência artificial servem para o campo, mas também para novas aplicações, como carros autônomos. Já na Amazônia há múltiplos caminhos em avanço. “A vocação da Região Norte é não ter uma vocação. É ter várias”, diz Paulo Simonetti, gestor do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio).
Para conferir de perto esses cenários, a reportagem de Época NEGÓCIOS percorreu as cinco regiões do país. O resultado é um retrato real e atualizado do Mapa da Inovação brasileiro, tema central da edição de junho/julho da revista que chega hoje às bancas. A edição também está disponível no app do Globo Mais e na revista digital.
🗞️Protótipo do ‘carro voador’ da Embraer deve fazer primeiros voos até o fim do ano
A Eve Air Mobility, empresa de mobilidade aérea urbana da Embraer, prevê realizar os primeiros voos de teste com o protótipo do ‘carro voador’ ainda neste ano.
O protótipo do eVTOL (sigla em inglês para ‘veículo elétrico de pouso de decolagem vertical’) está em produção e teve as primeiras imagens oficiais divulgadas nesta semana pela empresa.
Johann defende que o carro voador é uma tecnologia que vai permitir que os passageiros economizem tempo nas viagens e façam voos mais baratos. Ele afirma também que as viagens terão menos ruídos do que o transporte que é realizado por helicópteros, por exemplo.
“Acho que a grande revolução aqui é que a tecnologia permite que a gente tenha um voo 100% elétrico. Significa que a gente decola, voa e aterrissa de uma maneira totalmente elétrica. Isso é uma revolução e vai permitir voar e dar uma alternativa de democratizar o céu, ter mais aeronaves voando, que não vão substituir os carros nem os helicópteros, mas serão uma alternativa”, avalia.
“Nós queremos devolver o tempo aos passageiros. O elemento revolucionário desse veículo, além de ser 100% elétrico, é o ruído. Nosso veículo vai ter menos ruído (do que um helicóptero) e o custo de operação é mais barato”, finalizou.
Até o momento, já foram feitas quase 3 mil encomendas de carros voadores para operadores de helicópteros, companhias aéreas, empresas de leasing e plataformas de voos compartilhados em todo o mundo – saiba como as empresas planejam usar os eVTOLs no Brasil.
Primeiras imagens do protótipo
As imagens divulgadas pela Eve na última quarta-feira (8) são do primeiro protótipo do carro voador no país. Elas não revelam muitos detalhes, mas mostram um modelo preto com alguns detalhes em verde (veja foto acima).
A Eve informou que os carros voadores farão voos verticais e contam com propulsores elétricos que vão garantir alto desempenho e segurança nas viagens.
Ainda segundo a empresa, o modelo tem vantagens como eficiência, baixo custo operacional, baixo ruído e menos peças, estruturas e sistemas otimizados.
O primeiro protótipo relevado nas imagens dará sequência à campanha de testes da empresa, que continua com a produção das aeronaves na fábrica que fica em Taubaté, no interior de São Paulo.
🗞️‘Clonagem’ digital de pessoas ganha força (e evolui rápido) na China
Existe um mercado emergente na China de deepfakes que “clonam” pessoas. De um lado, empresas vendem réplicas geradas com inteligência artificial (IA) de pessoas vivas e figuras públicas. De outro, companhias adaptaram a tecnologia para “ressuscitar” entes queridos.
O mercado emergente de ‘clonagem’ de pessoas via IA na China
- Empresas chinesas vendem réplicas geradas por inteligência artificial (IA) de pessoas vivas e falecidas. As companhias exploram a demanda cultural por comunicação com entes queridos falecidos criando avatares realistas para diálogos virtuais;
- Enquanto a prática de “ressuscitar” pessoas falecidas com IA reflete tradições culturais chinesas, a “clonagem” de figuras públicas serve para recriações em eventos, por exemplo;
- Com mais de dois mil clientes, o serviço de “clonagem” via IA tem ganhado popularidade na China, custando de algumas centenas a milhares de dólares, conforme pessoas buscam conforto digital no luto ou preservar legados para interações futuras;
- A evolução rápida dessa tecnologia na China levanta questões éticas sobre consentimento, privacidade e violação de direitos autorais. Também desafia a necessidade de regulamentação conforme essas práticas se expandem globalmente.
No caso da comunicação com os mortos, a prática moderna por meio da IA reflete uma extensão das tradições culturais chinesas de manter conversas com entes queridos falecidos.
Atualmente, duas empresas chinesas dominam esse nicho de mercado, atendendo a mais de dois mil clientes, segundo o MIT Technology Review.
A popularidade desse serviço tem crescido à medida que as pessoas buscam conforto digital no processo de luto. Neste caso, a tecnologia ajuda a preservar uma espécie de conexão com entes falecidos.
Além desse uso pessoal, a tecnologia de clonagem digital se aplica a figuras públicas históricas. Por exemplo, a Silicon Intelligence, uma das líderes nesse mercado, usou a tecnologia para recriar digitalmente Mei Lanfang, lenda da ópera de Pequim falecido em 1961, para uma apresentação num festival em 2023.
A tendência de clonar a si mesmo enquanto ainda está vivo também tem ganhado popularidade. Muitos veem isso como uma oportunidade de preservar suas memórias e legado, permitindo futuras interações digitais com suas réplicas.