fbpx

Blog do Cinf – Isso é muito Black Mirror

Até que ponto as novas tecnologias mudam o jeito e o comportamento das relações humanas? Como a Inteligência Artificial tem impactado as legislações, segurança e o trabalho das pessoas, estamos vivendo em um grande Show de Truman?

Esse são algumas das perguntas que o telespectador por ter após assistir a 6ª temporada de Black Mirror, série da Netflix, lançada na última quinta-feira (15). Após, o que podemos chamar de um hiato de 4 anos, a produção chega com 5 novos episódios que abordam as relações humanas com as “tecnologias distópicas”.

A trama, desde sua primeira temporada, é focada no impacto dessas tecnologias em nossas vidas, o diferencial é a negatividade expressa nessas relações, onde o indivíduo sempre acaba tendo um “fim ruim”. Ou seja, a série procura mostra o que seria o lado negativo dessas relações, brincando até mesmo com o modelo de negócio da gigante do streamer.

Fizemos um pequeno review de cada episódios e, claro, contém muitos Spoilers dessa nova temporada, sobre o que a série nos faz pensar.

Você aceita cookies?

Quantas vezes você aceitou aquelas permissões sobre uso, fornecimento de dados e etc, os famosos cookies, que ninguém lê, mais faz parte de um processo de leis de proteção de dados que teve um “boom” depois do surgimento da internet.

O primeiro episódio de Black Mirror, chamado de Joan é horrível, retrata a a história de Joan, uma mulher, que até então tem uma vida “normal”, mas vê tudo isso mudar ao chegar em casa no final do dia e ver que ganhou uma série sobre sua vida.

A série se passa em uma espécie de Netflix do metaverso, a Strawberry, que através de um algoritmo combina com Inteligência Artificial e CGI consegui criar uma série do cotidiano utilizando apenas software e as autorizações, os “termos e condições”, muitas vezes aceitas, mas quase nunca lidas pelos usuários.

A série acaba destruindo a vida pessoal e carreira da protagonista, e toda a exposição fez com que ela ficasse conhecida e ter sua vida transmitida aos quatro cantos. A cada episódio a existência dela fica pior, o que a leva realizar algumas loucuras para poder se livrar da produtora. E claro, com aquele plot twist no final, como em quase todo episódio da série.

Midiatização das tragédias

Esse é um daqueles episódios para quem gosta de investigação. O Segundo episódio de Back Mirror, (e também, na opinião do autor, um dos melhores) intitulado de Loch Henry, conta a história de um casal que está passando alguns dias em uma cidade no interior da Inglaterra. Os dois ficam instalados na casa da mãe do rapaz, uma viúva meio misteriosa. Ao logo dos dias a namorada dele percebe que a cidade é muito deserta, não se vê pessoas na rua, nem nos estabelecimentos, uma produção que realmente faz parecer um filme estilo “crime real”.

Esse também e um dos eps que menos explorar o uso de tecnologia. Podemos ver apenas em alguns momentos, porém nada inovador, há apenas o uso de câmeras para a captação do documentário e no final, que surpreendeu a todos, onde a produção passa a fazer parte do catálogo da Strawberry. Aqui a Netflix brinca com ela mesmo e levanta uma crítica sobre a produção de projetos que são criados a partir de catástrofes reais e com base em dados de interesse da audiência, como ocorreu no primeiro ep.

Uma viagem espacial.

Esse é um daqueles episódios que tinha tudo pra dar certo, e ter um final feliz, mas não foi o que aconteceu. Na verdade o “Além do Mar” foi um dos mais viscerais. A história conta a trajetória de dois astronautas que estão em uma missão espacial por 6 anos, mas ambos possuem uma espécie de robô que recebe a consciência deles quando querem voltar para terra. Com o início e final surpreendente (e até um tanto desnecessário), mas o meio do episódio chega ser bem previsível, o que na verdade deixa as coisas interessantes no passar dos minutos.

Papa Papa Paparazzi.

O que foi esse episódio dos paparazzies? Pra alguns o “Mazey Day” foi um dos mais sem sentidos da temporada. A história é focada na vida de uma paparazzi que persegue uma atriz para tirar uma foto de 3 mil dólares. A atriz está envolvida em um atropelamento onde ela mata um homem, e o telespectador fica com a ideia de que ela está sofrendo de tristeza e culpa por causa disso, o que faz ela ir a loucura. A loucura começa quando começamos a perceber que ela não atingiu um humano e sim um lobisomem, foi mordida e agora ela mesma é um lobisomem que mata metade dos protagonistas no final. Que na verdade não é um bom final surpresa. O episódio passa aquela “vibe” do filme “O abutre”, onde a pessoa faz qualquer coisa para capturar o momento perfeito, inclusive destruir a vida de alguém.

 

Cadê a tecnologia em Demônio 79?

Esse é um daqueles episódios que tem uma boa quantidade de humor ácido, mas nada muito além disso e de algumas mortes. Uma jovem ao encontrar uma espécie de talismã, que inclusive tem o mesmo símbolo da seita que aparece em outros episódios de diferentes temporadas, recebe a tarefa de matar três pessoas depois de, sem querer, invocar um demônio, caso ela não faça isso um apocalipse nuclear irá acontecer. O demônio mostra o futuro do mundo pra ela, e aqui temos mais uma referência, através de lente idênticas as do ep3 da primeira temporada, o “The Entire History of You”. Sem as referências qualquer pessoa poderia dizer que esse nem seria um ep. de Black Mirror.

Uma teoria, na opinião do autor, é que o episódio seja uma critica a “demonização” da tecnologia (isso também é mostrado com as ceitas e cultos contra e a favor da tecnologia em outros episódios), por isso ela usa a figura de um demônio que diz o que a jovem deve fazer, mas sem obriga-la, a ideia “mal” mais uma vez está ali, porém é da vontade e caráter do individuo realizar. Outra perspectiva que confirme isso também são os esforços da série em mostra que, diariamente, seja ao atender um cliente ou nas ralações com colegas de trabalho, a protagonista já têm esses pensamentos onde ela se vê matando as pessoas quais ela se sente provocada.

Conclusão…

Ao final, percebemos que em todos os momentos a tecnologia não é o maior vilão, e sim quem a detém, nesse caso o ser humano. Nos episódios não existe nenhum robô “exterminador do futuro” aniquilando alguém, tão pouco tentando conquista o mundo. O que vemos são pessoas reais que não estão completamente prontos para usar esses aparatos tecnológicos e inseri-los dentro das suas realidades.

Desde outras temporadas a Netflix sempre tem um episódio o qual mostra pessoas que são contra esses avanços tecnológicos, como foi em White Bear e agora mostra no Ep. “Além do Mar”, nos quais ela sempre procura satirizar que existem opiniões dividas quanto a esses desenvolvimentos, chegando a brincar com o modelo de produção dela mesmo com a plataforma fictícia, Strawberry.

E a pergunta que fica é, estamos preparados para esses avanços, seremos adaptáveis ou estaremos remando contra a maré e sendo engolidos por esse universo? A série não tem um lado a favor, nem contra a tecnologia, ela procura mesmo é levantar dúvidas e questionamentos por parte de quem assistir, para que ele mesmo possa ter suas teorias e conclusões a cerca do assunto.

Ah, lembra do ep.1? A Netflix disse que os usuários também podem ter uma experimentação do que seria sua série, é só entrar no site (youareawful.com) e aceitar os “termos e condições” e entrar na onda.

#issoémuitoblackmirror

 

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
WhatsApp Fale com um atendente