Tim Brown se formou em Design para indústrias em 1985. Atualmente é CEO e presidente da IDEO, além de se dedicar ao “Design Thinking”. Inspirado em pessoas com uma visão centrada no ser humano, como por exemplo: Thomas Edison, Kingdom Brunel e Ferdinand Porsche (por curiosidade, não-membros do mundo do design), após 7 anos de faculdade e pós-graduação e 15 anos de prática profissional, percebeu que ser um designer não bastava, mas sim pensar como designer, ou seja, aplicar o Design Thinking (uma nova forma de abordar os problemas como um todo). O escritor publicou na HBR (Harvard Business Review) em 2008 o artigo Design Thinking que seria a base do livro Design Thinking, lançado no Brasil em 2010.
O livro trata sobre o Design Thinking, uma metodologia inovadora de resolver os problemas, sejam eles de qualquer ramo de atividade; inclusive, fala que o praticante não precisa ser necessariamente um designer. O Autor dá muitos exemplos de como utilizou o Design Thinking na IDEO – empresa de design e consultoria em inovação – e o quanto os resultados podem ser ótimos partindo desse princípio.
Ele é dividido em duas partes. A primeira – “O que é Design Thinking?” – contém 6 capítulos focados em apresentar quais são os principais fundamentos do assunto. A segunda parte – “E agora, para onde vamos?” – contém 4 capítulos mostrando como e porque as empresas devem usufruir do Design Thinking dentro da sua organização, e também como “converter” a própria a seguir a linha de pensamento.
Durante o livro, Tim fala que, para chegar em um resultado de excelência, as ferramentas de pesquisa convencionais não bastam, pois as pessoas dificilmente conseguirão passar as informações vitais. O modo mais eficiente é feito através de insights, definições de foco, idealizações e prototipagem. A principal característica do pensamento de design é o foco nas pessoas, dessa forma, observar muito o público-alvo e se colocar no lugar dele, não só emocionalmente, mas também presencialmente, é essencial. Após juntar um grande volume de informações, o objetivo é analisá-las muito e extrair padrões significativos.
O Autor deixa claro que é crucial testar protótipos, falhar muitas vezes e aprender com os erros. Explica também, sobre o processo divergente (criar opções) e o convergente (decidir entre as alternativas existentes). Além disso, fala sobre a importância de expressar ideias através do desenho.
A finalidade do livro é persuadir o leitor, independentemente do cargo exercido ou área de atuação, de que o design thinking pode ser aplicado nos desafios de negócios que todos enfrentamos no dia-a-dia.
A conclusão é feita no último capítulo – “o design de amanhã…”. Ele diz que durante o livro, tenta mostrar não apenas que as habilidades dos designers são úteis para a resolução de uma variedade de problemas, mas também como elas são acessíveis a um número muito mais amplo de pessoas. Então, é importante ter noção da proporção das ideias e o impacto que elas terão no mundo.
Também fala que, o melhor jeito de obter sucesso é se o inovador for movido pelo otimismo. Outro fator que impulsiona, é cultivar a sensação de conquista pessoal entre sua equipe.
O sucesso depende de grandes designers que observam o cotidiano comparado a um detetive. Portanto, procurar entender causas até de comportamentos banais. Além de ser essencial ter um bloquinho e caneta consigo.
É importante saber se está abordando o problema certo antes de aceitar os seus limites.
No momento em que tiver uma ideia, deve-se extrapolar. Caso não surgirem muitas ideias, o que se tem não é valioso e é fácil de ser copiado.
Por fim, conclui que, no processo de Design Thinking, é possível descobrir que nossa ajuda na criação de uma sociedade mais saudável, uma empresa mais lucrativa e nossa própria vida mais rica, impactante e significativa.
Tim Brown, chegando a conclusão de que seus princípios eram diferentes de outros designers, além de suas inspirações não serem necessariamente pessoas de sua área de atuação, ele percebeu que estava tudo relacionado ao Design Thinking e era um “discípulo” da metodologia.
Através de seus vários projetos junto com a IDEO, cada vez mais distantes da visão comum do design, observando e convivendo com o público-alvo e seus problemas, ele dá certeza, de que o Design Thinking é extremamente necessário nas organizações, dando sentido a proposta do livro.
Ele expõe também o processo abdutivo, pois a metodologia segue o raciocínio de se questionar o porquê de cada passo do processo criativo, menciona ainda que procura pensar muitas vezes em como e por quê as coisas são do jeito que são.
Tim Brown além de seu talento no mundo do design, é perceptível o vasto conhecimento em marketing, dado pelo seu perfil. Não é por nada que se encaixou na metodologia de Design Thinking.
O livro é atraente para quem tem curiosidade sobre o assunto, mas não é um guia didático para aplicação prática (o Autor deixa isso claro). Por mais que não dê todos os passo-a-passo para se criar uma ideia, com certeza inspira a mudança de um raciocínio retrógrado, objetivando a sustentabilidade, inclusão social e a melhor experiência dos consumidores.
Tim transmite ao leitor explicações simples, com uma linguagem de fácil entendimento; porém seriam mais claras se o autor não desviasse do assunto a todo momento, focando demais nos exemplos da IDEO ao invés do próprio conteúdo. Da mesma forma, é tudo muito organizado, pois além de se dividir em duas partes, os assuntos abordados durante os capítulos são divididos em títulos. No, final todos acabam interligados e fazendo ainda mais sentido.
São muito interessantes os assuntos abordados, demonstram todas as fases e dificuldades de buscar, observar, analisar, convergir, enfim, mostra o quanto é complexo chegar a uma ideia final. Por fim, passa ao leitor a sensação de satisfação em saber que o método realmente dá resultados, e, que por consequência, pode ajudar milhares de pessoas. Além disso, Tim é muito bom em estimular e motivar o leitor, pois destaca o quanto é transformador o Design Thinking, se utilizado dentro da empresa.
O livro é voltado para empreendedores com o intuito de inovar, independentemente de sua área de atuação.