Projeto de lei que regula IA no Brasil deve ser votado até o fim do mês
O Governo brasileiro quer regular o uso de inteligência artificial no país ainda este ano. Segundo o presidente do Senado, o Projeto de Lei deve ser votado até o final de abril.
Esse PL prevê a criação de uma autoridade nacional de IA e também registro desses sistemas.
O primeiro ponto do projeto é a definição das bases para o uso das tecnologias de desenvolvimento de IA no País. O texto estabelece que é fundamental a centralidade da pessoa humana, o respeito aos direitos humanos, à democracia e à liberdade de expressão. É necessário também garantir a proteção ao meio ambiente, a igualdade, a valorização do trabalho humano, o desenvolvimento econômico e tecnológico, a privacidade, o acesso à informação e a proteção de grupos vulneráveis.
Médico brasileiro usa Apple Vision Pro em cirurgia de artroscopia de ombro
O Apple Vision Pro, um dispositivo de realidade mista que integra realidade virtual e aumentada, está revolucionando áreas da medicina. Destacou-se recentemente em uma cirurgia de artroscopia de ombro no Hospital Jaraguá, em Jaraguá do Sul, Santa Catarina, liderada pelo ortopedista Bruno Gobbato e sua equipe.
O aparelho da Apple é caro, chegou custando 17 mil reais e pela falta de utilidade prática para “pessoas comuns” acabou sendo devolvido por diversos compradores. Mas a medicina é uma área onde o dispositivo se encaixa muito bem.
Apple Vision Pro usado no Brasil em benefício da medicina
O objetivo da cirurgia foi consertar uma ruptura no manguito rotador, uma lesão frequente nos tendões do ombro. Durante o procedimento, o Apple Vision Pro mostrou-se essencial ao projetar modelos 3D do ombro e permitir a visualização de exames importantes, como ressonâncias magnéticas, através do aplicativo Notas.
A tecnologia de espelhamento de tela do dispositivo proporcionou uma visão ampliada e de alta resolução da área afetada, melhorando significativamente a precisão da intervenção. Em entrevista disse : “Com esse dispositivo, fui capaz de visualizar a imagem em tamanho de tela de cinema, com alta resolução, além de poder consultar exames e modelos 3D do paciente em tempo real”.
Um dos principais benefícios do Apple Vision Pro, conforme enfatizado pelo Dr. Gobbato, é sua habilidade em lidar com o alto alcance dinâmico das imagens, crucial em ambientes cirúrgicos onde as luzes intensas podem comprometer a visibilidade. Com o uso do dispositivo, essa dificuldade foi significativamente reduzida, permitindo uma visão clara e detalhada do campo operatório.
Este caso no Brasil ilustra o impacto da realidade mista na medicina, uma utilidade realmente necessária ao Apple Vision Pro. O médico já havia usado o HoloLens 2 em outro procedimento em dezembro de 2020, esta familiarizado com a tecnologia e usando em prol da medicina.
Escolas de SP vão usar material didático criado com o ChatGPT
O governo do estado de São Paulo vai usar o ChatGPT para criar material didático para aulas digitais de escolas públicas paulistas, com os professores ficando responsáveis apenas pela revisão do conteúdo. A informação foi revelada por uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo e confirmada pelo Canaltech.
Segundo documento da Secretaria de Educação de São Paulo (Seduc-SP) obtido pela publicação, o ChatGPT fica responsável por criar “a primeira versão da aula com base nos temas pré-definidos e referências concedidas pela secretaria”, enquanto os professores ficam responsáveis por “avaliar a aula gerada e realizar os ajustes necessários para que ela se adeque aos padrões pedagógicos”.
Após a revisão dos profissionais humanos, o material será enviado a uma equipe interna da secretaria, responsável por revisar elementos como formatação e adequação linguística do conteúdo.
Até então, todo o material didático usado pela rede pública de ensino de São Paulo era criado por educadores humanos — esses profissionais são chamados de “curriculistas”.
Segundo a Folha, a adoção do ChatGPT para criar conteúdo didático é ideia do secretário de educação do estado, o empresário do ramo da educação Renato Feder.
Secretaria confirma uso do ChatGPT
Em nota enviada ao Canaltech, a Seduc-SP confirmou os planos de adotar o ChatGPT para criar aulas digitais do terceiro bimestre para alunos do 6º ao 9º ano e do ensino médio.
Segundo a pasta, trata-se de um projeto-piloto de um “processo de atualização e aprimoramento” das aulas de parte dos alunos da rede pública de ensino. “Esse processo de fluxo editorial ainda será testado e passará por todas as etapas de validação para que seja avaliada a possível implementação”, diz o comunicado.
O CT questionou a secretaria sobre qual versão do ChatGPT seria usada para criar conteúdos didáticos (se a versão gratuita ou o ChatGPT Plus), mas não obteve resposta.
Microimplante cerebral pode tratar distúrbios neurológicos
A tarefa de tratar distúrbios neurológicos é desafiadora, mas um novo microimplante desenvolvido pela Rice University pode ser uma das respostas. O estimulador cerebral tem o tamanho de uma ervilha e promete ser menos arriscado para os pacientes. A Science Advances traz os maiores detalhes.
Segundo a OMS, 43% da população mundial tem algum transtorno ou doença neurológica. Por isso, toda ajuda é bem-vinda. No caso desse dispositivo, a estimativa é que ajude em tratamentos para depressão e outras condições.
A tecnologia é capaz de ativar o córtex motor, região do cérebro responsável pelo planejamento, controle e execução dos movimentos voluntários do corpo — crucial na coordenação motora e na interação entre o cérebro e os músculos.
Alguns padrões de atividade cerebral estão associados a estados emocionais específicos. Na depressão, há disfunções em várias regiões cerebrais, incluindo o córtex motor. Então o grupo acredita que estimular essa área pode ajudar a modular a atividade cerebral de maneiras que melhorem os sintomas depressivos
Com uma largura de apenas nove milímetros, o dispositivo em questão pode produzir 14,5 volts de estimulação e ao contrário de outras tecnologias de interface cerebral, não requer baterias grandes e fios longos. Ou seja: é menos invasivo e mais acessível.
Como funciona o microimplante cerebral
O microimplante cerebral da Rice University usa transferência de energia magnetoelétrica, que converte campos magnéticos em pulsos elétricos. É dessa maneira que pode ser alimentado sem fio durante a estimulação cerebral.
O dispositivo foi testado temporariamente em um paciente humano, usando para estimular o córtex motor e gerar uma resposta de movimento da mão. Em experimentos realizados em porcos, ficou claro que o dispositivo interage com o cérebro de forma estável por um período de 30 dias.
A ideia é que no futuro a tecnologia possa usada no conforto da casa: o médico prescreveria o tratamento e forneceria orientações para o uso do dispositivo, mas os pacientes manteriam o controle total sobre como o tratamento é administrado.
A implantação exigiria um procedimento minimamente invasivo de 30 minutos. Os responsáveis garantem que tanto o implante quanto a incisão ficariam praticamente invisíveis e o paciente voltaria para casa no mesmo dia.
Microimplante x distúrbios neurológicos
Em condições como a já mencionada depressão e o transtorno obsessivo compulsivo (TOC), o dispositivo exigiria apenas alguns minutos de estimulação por dia, levando às alterações desejadas no funcionamento da rede neuronal alvo.
Mas o microimplante cerebral poderia ser usado para condições como a epilepsia, por exemplo, caso em que necessitaria ficar ligado permanentemente ou a maior parte do tempo. De qualquer forma, é apenas uma pesquisa. Ainda há uma longa jornada até que ele esteja disponível.
O avanço da IA na China depende diretamente de água – e aqui está o motivo
Com a crescente aposta em sistemas com inteligência artificial, a China está inaugurando novos e poderosos datacenters (locais que abrigam servidores) para dar suporte a esse avanço. Um dos problemas é que essas infraestruturas consomem grande quantidade de água para resfriamento.
Segundo a organização independente China Water Risk, o país em breve deve consumir 1,3 trilhão de litros de água em seus centros de processamento de dados, o que é equivalente ao uso residencial de 26 milhões de pessoas. Calcula-se que esse número suba ainda mais até 2030, para 3 trilhões de litros — suficiente para abastecer a população inteira da Coreia do Sul, por exemplo.
Por que isso importa?
Treinar e manter modelos de IA consome muita energia e gera muito calor. Por isso, empresas usam água para resfriar o hardware de seus datacenters
Em 2023, a Microsoft, parceira da OpenAI no treinamento do ChatGPT-3, consumiu 700 mil litros de água. Esse número é semelhante ao utilizado para resfriar um reator nuclear.
Chatbots, com chips que consomem muito mais eletricidade, usam muito mais energia do que os métodos convencionais de informações online.
A China Water Risk diz que se 100 milhões de usuários conversarem com o ChatGPT, a água usada é equivalente a 20 piscinas olímpicas. Se as mesmas pesquisas fossem feiras no Google, consumiria apenas uma piscina..
Se isso continuar ocorrendo, são esperados efeitos devastadores em partes do mundo onde os recursos hídricos são escassos, de acordo com o CEO da empresa de tecnologia Arm Holdings, Rene Haas.
Para ele, é preciso encontrar novas maneiras de treinar e alimentar esses modelos de IA com chips mais eficientes em termos energéticos. Se isso não ocorrer, até o fim dessa década os datacenters do mundo passarão a utilizar mais eletricidade do que a Índia, nação mais populosa do mundo.