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Cinf News – Edição 57 (30/09/24)

Pela 1ª vez, cientistas curam diabetes tipo 1 com células-tronco

Na última quinta-feira (26), um relatório da revista Nature revelou uma inédita façanha: cientistas conseguiram, pela primeira vez, curar o diabetes tipo 1 por meio de células-tronco. No estudo, a paciente de 25 anos (cuja identidade não foi revelada) conseguiu atingir um nível saudável de produção de insulina por mais de um ano.

De acordo com o que os pesquisadores da Universidade de Pequim descrevem, a paciente precisava de “quantidades substanciais” de insulina antes, mas a equipe conseguiu reverter completamente o diabetes.

O grupo extraiu células de três pessoas com diabetes tipo 1 e as reprogramou para um estado pluripotente, para que elas pudessem ser moldadas em qualquer tipo de célula do corpo.

A seguir, os cientistas usaram essas células-tronco pluripotentes para gerar ilhotas (pequenos grupos de células especiais) produtoras de insulina. Eles também testaram a segurança e eficácia das células em camundongos e macacos.

O procedimento
Feito tudo isso, os cientistas partiram para a próxima fase: a operação, que durou menos de meia hora. Basicamente, eles injetaram as ilhotas nos músculos abdominais da paciente.

É uma técnica diferente do convencional — quando acontecem transplantes desse tipo, as ilhotas são injetadas no fígado, só que lá as células não podem ser observadas.

Logo, ao colocarem no abdômen, os pesquisadores puderam monitorar as células para conseguir remover em tempo hábil se algo desse errado.

Os resultados
Dois meses e meio depois, a mulher estava produzindo insulina suficiente para viver sem precisar de recargas, e parou de sentir os picos e quedas nos níveis de glicose no sangue.

Apesar de empolgados com os resultados, os cientistas agora querem fazer testes em mais pessoas. Também está nos planos ver se as células da mulher continuam a produzir insulina por pelo menos cinco anos.

Os autores também pensam que há um risco de que o corpo possa atacar as ilhotas. Nesse caso, a mulher já estava recebendo imunossupressores por causa de um transplante realizado anteriormente, então nos próximos pacientes, um dos objetivos é desenvolver células que possam escapar da resposta autoimune.

A cura do diabetes
Estamos cada vez mais perto de procedimentos eficazes no que diz respeito à cura do diabetes: em maio deste ano, por exemplo, cientistas chineses descobriram a cura do diabetes tipo 2. O grupo de Xangai usou células do sangue de um paciente e reprogramou em células-tronco.

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O fogão que assou a 1ª inovação do Vale do Silício

A lenda da empresa de garagem do Vale do Silício nasceu a partir de uma história real e envolve um fogão doméstico Wedgewood. Em 1939, Bill Hewlett e Dave Packard alugaram uma casa nos subúrbios de Palo Alto, na Califórnia, e começaram a fabricar o primeiro produto da HP na garagem: o oscilador de áudio 200A. Para curar a tinta da carcaça metálica e torná-la mais durável, eles literalmente assavam esses aparelhos no forno do fogão da cozinha.

Lucille Packard — esposa de Dave — disse que, depois de começarem a fazer isso, a comida não tinha mais o mesmo gosto, pois o cheiro de tinta estava por toda parte, e provavelmente não era uma tinta livre de chumbo”, disse Daryl Faulkner diretor na Heritage Werks e especialista na história do Vale do Silício, ao Canaltech.

Os fogões a gás Wedgewood eram bastante populares na costa oeste dos Estados Unidos na década de 1930, e um deles assou a primeira inovação do Vale do Silício.

Bill e Dave não inventaram o oscilador de áudio, mas o tornaram dramaticamente melhor ao implementar uma lâmpada como regulador. O produto ganhou o nome de 200A, e a inovação luminosa foi essencial para torná-lo um sucesso.

“Com o oscilador 200A, Bill e Dave foram a uma feira de engenharia em Portland, Oregon, onde conheceram Bud Hawkins, engenheiro-chefe de som da Disney. Bud ficou impressionado com o produto, especialmente com a lâmapda reguladora, e na época, a Disney estava produzindo a animação Fantasia. Eles queriam usar os osciladores para balancear o som nos cinemas. Bud disse: “preciso de seis deles”, e com isso, a HP começou a decolar”, contou Faulkner.Vale destacar que, apesar de o 200A ter entrado para a história como o primeiro produto vendido pela HP, foi uma versão revisada que Bill e Dave batizaram de 200B, que tornou a HP uma empresa lucrativa.

Vale destacar que, apesar de o 200A ter entrado para a história como o primeiro produto vendido pela HP, foi uma versão revisada que Bill e Dave batizaram de 200B, que tornou a HP uma empresa lucrativa.

O 200A era vendido por US$ 54,50 em 1939, segundo Faulkner, mas a dupla estava perdendo dinheiro com cada produto que fabricavam artesanalmente na garagem e assavam no forno da cozinha. Ao fazer modificações que Hawkins pediu para que o produto atendesse melhor à Disney, a dupla fundadora da HP criou o 200B e passou a vendê-los por US$ 74. Com isso, as contas da empresa entraram no azul.

O contrato para venda do 200B para a Disney era de apenas seis unidades, mas foi o suficiente para alavancar a HP de uma empresa de garagem para uma companhia profissional. Depois de 18 meses nessa casa em Palo Alto, levando osciladores da garagem para a cozinha, a HP se mudou para uma segunda localidade e, anos depois, mudou novamente para um lote na mesma rua e mantém sua sede no mesmo lugar até hoje.

O que é um oscilador de áudio?

Um oscilador de áudio é um dispositivo eletrônico que gera sinais de áudio na forma de ondas periódicas (geralmente senoidais, triangulares ou quadradas) em frequências audíveis pelo ouvido humano, normalmente entre 20 Hz e 20 kHz. Esses sinais podem ser usados para testar equipamentos de som, criar sons musicais, ou em várias aplicações de comunicação.

Uma curiosidade interessante sobre o 200A é que ele ganhou esse nome com o número “200” porque Bill e Dave não queriam usar algo como “1”, “10” ou “100”. O objetivo era passar a impressão que aquele não era o primeiro produto da HP, dando a ideia de que a marca já estava mais estabelecida no mercado.

Depois do oscilador HP 200A, a empresa continuou produzindo equipamentos do tipo por mais 40 anos.

Pesquisadores assinam manifesto contra a volta do horário de verão

Para lidar com a crise hídrica, o governo estuda a retomada do horário de verão. No entanto, um manifesto assinado por 26 cientistas é contra a medida. Os profissionais são da área de cronobiologia, ciência responsável por estudar os ritmos e os fenômenos biológicos. Entre eles, estão pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade de São Paulo (veja o manifesto na íntegra mais abaixo).

Eles defendem que os malefícios para a saúde são maiores que os benefícios econômicos previstos, já que diversas funções do organismo (como sono, apetite e humor) estão intimamente conectados ao ciclo de luz e escuridão.

Sendo assim, uma mudança no horário forçaria o organismo a se readaptar de maneira brusca, confundindo a sincronização do organismo. Para alguns, esse desgaste pode até mesmo resultar em doenças, como: distúrbios do sono, aumento de eventos cardiovasculares adversos, transtornos mentais e cognitivos, e crescimento no número de acidentes de trânsito nos primeiros dias após a mudança.

No manifesto, é mencionado um estudo realizado em 2017 pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) que estou o modo como os indivíduos lidam com a transição de horário. Ao todo, participaram 12.467 voluntários e o resultado demonstrou que mais de 45% da população apresentou desconforto relacionado à alteração.

Leia o manifesto

Manifesto contra o retorno do Horário de Verão no Brasil

O horário de verão foi historicamente introduzido sob a justificativa de economizar energia, ao alinhar as atividades sociais com mais horas de luz natural no final do dia. No entanto, vários estudos científicos apontam que os malefícios à saúde provocados por essa mudança superam os supostos benefícios econômicos esperados, sendo crucial a abolição definitiva do horário de verão.

Ao longo de milhares de anos, os ritmos biológicos humanos estiveram alinhados ao ciclo natural de luz e escuridão, regulando funções essenciais como sono, apetite, funções cardio-respiratórias, desempenho cognitivo e humor. A exposição à luz natural, especialmente pela manhã, é crucial para sincronizar nosso “relógio biológico” com o ambiente.

Com o avanço da vida urbana e o uso de luzes artificiais, especialmente de dispositivos eletrônicos, esse alinhamento natural tem sido prejudicado. A introdução do horário de verão agrava ainda mais essa dessincronia entre o ritmo biológico e os horários social e ambiental. A mudança repentina no “horário social” interfere na sincronização do corpo com o ciclo natural, forçando o organismo a se reajustar.

Portanto, para preservar a saúde e o bem-estar da população, recomenda-se a adoção do horário padrão durante todo o ano, sem ajustes sazonais (horário de verão). Isso evitaria os efeitos negativos promovidos pelo horário de verão e promoveria um maior alinhamento entre os nossos ritmos biológicos e os horários social e ambiental, contribuindo para uma sociedade mais saudável e segura.

O presente manifesto reflete a posição de cientistas e especialistas em cronobiologia que, com base nas evidências científicas mais consolidadas, endossam a abolição do horário de verão. Esse posicionamento é coerente com aquele apoiado por sociedades científicas internacionais, que têm defendido, de maneira consistente, a eliminação dessa prática ao redor do mundo.

 

Vale ressaltar que o manifesto independe de qualquer posição político-ideológica partidária, sendo fundamentado exclusivamente no conjunto de pesquisas que demonstram os impactos negativos do horário de verão sobre a saúde humana, o bem-estar e a produtividade.

Assinam este manifesto os seguintes pesquisadores:
Cibele Aparecida Crispim (UFU)
Carolina Virginia Macêdo de Azevedo (UFRN)
Claudia Roberta de Castro Moreno (USP)
Daniel Alves Rosa (UFG)
Eduardo Henrique Rosa Santos (UFU)
Elaine Cristina Marqueze (Fundacentro)
Felipe Gutiérrez Carvalho (HCPA)
Fernando Mazzilli Louzada (UFPR)
Fernanda Gaspar do Amaral (UNIFESP)
Giovana Longo-Silva (UFAL)
Gisele Akemi Oda (USP)
Jefferson Souza Santos (UFPR)
John Fontenele Araújo (UFRN)
Leandro Lourenção Duarte (UFRB)
Lúcia Rotenberg (Fiocruz)
Luísa Klaus Pilz (Charité Universitätsmedizin Berlin)
Luiz Menna-Barreto (USP)
Maria Nathália Moraes (UNIFESP)
Maria Paz Loayza Hidalgo (UFRGS)
Mario André Leocadio Miguel (Northumbria University)
Maristela de Oliveira Poletini (UFMG)
Michael Jackson Oliveira de Andrade (UEMG)
Paula Bargi de Souza (UFMG)
Rodrigo Antonio Peliciari Garcia (UNIFESP)
Tatienne Neder Figueira da Costa (UFT)
Tiago Gomes de Andrade (UFAL).

Com Inteligência Artificial, Meta Transforma Óculos em “Extensão do Cérebro”

Nesta quarta-feira (25), durante o Meta Connect 2024, a controladora do Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads anunciou suas principais apostas para o próximo ano. Mark Zuckerberg, CEO da Big Tech, iniciou as apresentações da tarde com uma mensagem: “Foi um ano movimentado, mas conseguimos finalmente visualizar o futuro da conexão humana.”

A novidade mais interessante apresentada pela empresa foi a integração de inteligência artificial aos óculos Ray-Ban Meta. Com a IA, o dispositivo funcionará como uma “extensão do cérebro”. Você poderá utilizá-lo como uma memória secundária, que te lembrará onde seu carro está estacionado ou o número de um anúncio que você viu enquanto caminhava.

De acordo com a Meta, em breve, os óculos também contarão com recursos de tradução e suporte de vídeo em tempo real. “Digamos, por exemplo, que você está explorando uma nova cidade. Basta pedir ao Meta AI para acompanhá-lo e conversar com ele para perguntar sobre os pontos de referência que você vê”, diz o comunicado.

Protótipo do Orion: óculos de realidade aumentada
A companhia do bilionário Mark Zuckerberg apresentou um novo protótipo de óculos de realidade aumentada, chamado Orion. O produto, que foi testado por alguns especialistas selecionados, não está disponível para o público, mas promete revolucionar os próximos passos da realidade aumentada.

“O Orion está sendo fabricado há 10 anos. Os requisitos eram simples: precisavam ser óculos com menos de 100 gramas e sem fios. Ele precisava de telas de amplo campo de visão para acomodar várias telas multitarefa ou uma tela do tamanho de um cinema. E precisava permitir que você visse o mundo físico ao seu redor. Orion cumpre todos esses requisitos. É uma façanha de miniaturização com 10 chips de silício personalizados e uma arquitetura de exibição completamente nova”, explicou Zuckerberg.

Meta Quest 3S, Meta AI
O Meta Quest 3S, novo headset de realidade mista da Meta, está disponível para pré-venda nos Estados Unidos por um preço inicial de US$ 299,99. O dispositivo é alimentado pela plataforma Snapdragon XR2 Gen 2, desenvolvida em parceria com a Qualcomm Technologies, e inclui rastreamento manual, controladores Touch Plus e uma vasta gama de experiências no Meta Horizon OS.

O assistente de inteligência artificial da Meta, que já conta com mais de 400 milhões de usuários mensais, suportará interações por voz — e você poderá escolher algumas vozes famosas para te acompanhar, como a de John Cena e Kristen Bell. Os novos recursos multimodais permitem que os usuários façam perguntas sobre fotos, editem imagens e criem selfies geradas por IA.

Também foram introduzidas novas funções de dublagem automática e sincronização labial para Reels, além de sugestões automáticas de legendas para publicações no Facebook e Instagram.

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Número de jovens empreendedores aumentou 23% na última década

A última década foi marcada por um incremento no volume de empreendedores jovens no país. É o que revela um levantamento do Sebrae com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No período que compreende o último trimestre de 2013 até os últimos três meses de 2023, a quantidade de empreendedores de 18 a 29 anos de idade cresceu 23% no Brasil.

Segundo o recorte do Sebrae, no último trimestre de 2023, os jovens representavam 16,5% do total de quase 30 milhões de donos de negócios no país. A maioria atua no setor de Serviços e reside na região Sudeste (41,3%) e Nordeste (23,6%). Além disso, 91,4% são empreendedores por Conta Própria – ou seja, estão à frente de um empreendimento (com ou sem CNPJ), sozinhos ou com sócio, mas não possuem empregados – e apenas 8,6% são Empregadores.

Veja abaixo mais características do perfil do empreendedor jovem:
A maioria é homem: 62,6% contra 37,4% de mulheres no último trimestre de 2023;
A maioria se autodeclara negro (pretos ou pardos): 57,7% contra 41,3% de brancos no último trimestre de 2023;
No último trimestre de 2023, 45,5% tinham o Ensino Médio Completo, um incremento de 20 pontos percentuais (p.p) em dez anos; e 25,9% possuem o Ensino
Superior incompleto ou mais, uma alta de 10,7 p.p. na última década. Algo que representa uma forte evolução da escolaridade nessa faixa etária;
Dedicam, em média, 37 horas semanais ao seu negócio, contra 40 horas semanais dos adultos (30 a 59 anos), o que pode ser reflexo de contextos mais amplos como a entrada no mercado de trabalho e a divisão do tempo com os estudos;
O rendimento médio atinge o recorde histórico da série no último trimestre de 2023, igual a R$ 2.376.

 

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