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Cinf News – Edição 51 (19/08/24)

🗞️Computador bilionário e SUS na nuvem: como Brasil quer ter soberania na IA

O plano brasileiro de inteligência artificial prevê fortalecer a infraestrutura tecnológica do país por meio de um supercomputador robusto, afirma Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação. Esse é um dos passos na estratétia do governo federal para ampliar a autonomia digital brasileira.

Outra etapa adicional é o sistema de computação em nuvem dedicado ao serviço público. A chamado “nuvem soberana” está sendo desenvolvida pelo Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) e deve reunir dados do SUS e do CadÚnico. A titular do MCTI participou do “Deu Tilt”, o podcast do UOL para humanos por trás das máquinas, apresentado por Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes.

“Estaremos nos próximos cinco anos numa situação de top 5 de computador de alto desempenho, o que nos possibilitará produzir soluções de IA, de armazenamento e de integrar dados, na velocidade e escala que o assunto exige. Vamos estar aí no pódio da corrida tecnológica”, disse Luciana Santos.

O governo Lula prevê investimentos de R$ 1,8 bilhão, vindo do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Petrobras e da Fapesp. O objetivo do Brasil é tão ambicioso quanto distante.

O supercomputador escolhido pelo governo federal para virar uma supermáquina fica no LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica), em Petrópolis (RJ). A ideia é turbinar o Santos Dumont, equipamento com 5,1 petaflops/s (capaz de fazer 5,1 quatrilhões de operações matemáticas por segundo).

Na dianteira do Top500, projeto científico internacional que mapeia os mais potentes supercomputadores do mundo, a lista compreende do primeiro, o norte-americano Frontier e seus 1.206 petaflops/s, ao quinto, o finlandês Lumi e seus 379,7 petaflops/s.

A ministra classifica o objetivo como “ousado e ao mesmo tempo factível”.

Uma das linhas de ação mais celebradas pela comunidade tecnológica brasileira é a que incentivará a criaçao de um LLM (grande modelo de linguagem, na sigla em inglês) brasileiro. Esta tecnologia é o “coração” por trás de chatbots como o ChatGPT. A ideia é que ele seja treinado com dados nacionais e compreenda português como primeira língua. O investimento será de R$ 1,1 e tem prazo curto, de 12 meses.

Juntamente com o supercomputador e a “nuvem soberana”, essa iniciativa visa ampliar a soberania digital do Brasil. Ainda assim, não desconsidera a participação das grandes empresas multinacionais, desde que transfiram tecnologia para o país.

No processo de montagem do plano, as grandes empresas participaram. Fui muito clara: queremos uma troca, um aprendizado mútuo. E queremos, claro, ter o domínio tecnológico. (…) Há uma cobiça pelos nossos dados. Não vamos com isso abrir mão, mas haverá algum tipo de interseção (…) Mas vamos caminhar com aqueles que queiram caminhar conosco. A nossa vontade política é essa, e percebo que não há resistência por parte dessas grandes empresas, também pelo interesse do objetivo que tem em partilhar desse novo momento que estamos vivendo nessa revolução tecnológica

O governo brasileiro lançou o Plano Brasil de Inteligência Artificial no fim de julho. A iniciativa para lançar de vez o país na corrida tecnológica que tem movido o mundo chega mais de um ano e meio após o ChatGPT ter assustado o mundo no fim de 2022, mas com previsão de investimentos da ordem de R$ 23 bilhões.

Na conversa para explicar o plano do Brasil para IA do governo Lula, ela admite que o Brasil saiu atrás.

“Temos um investimento que mostra que estamos chegando, é verdade, um pouco atrás. Mas eu já fui atleta e, no atletismo, às vezes a gente começa uma corrida atrás e daqui a pouco está disputando o pódio”, Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Ela afirma, no entanto, que o país reservou mais dinheiro que outras potências e vai apostar em ações que virem legado para além da tecnologia do momento. Isso inclui o incentivo a data centers sustentados por energia renovável e a transferência tecnológica para garantir soberania digital.

“O Brasil entra no jogo, de uma forma que não seremos meros consumidores ou fornecedor de dados para os gigantes tecnológicos globais. Estamos apostando em ter uma infraestrutura robusta que permita criar programas próprios de IA, soberania na produção, armazenamento e produção de dados. Vamos garantir um investimento de R$ 23 bilhões para os próximos cinco anos, mostrando que a gente chegou chegando. Para você ter ideia, no Reino Unido, essa cifra chega a R$ 18 bilhões em 10 anos. Na França, R$ 14 bilhões até 2030. Ou seja, a gente se compara com os investimentos que a União Europeia está fazendo. A gente não se compara só com EUA e China”.

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🗞️Brasileira cria técnica para plantar em Marte quando humanidade chegar lá

Não é só o Matt Damon que planta batatas em Marte. Em uma futura colonização, não serão os brasileiros a perder a oportunidade de dar sua contribuição na área alimentícia.

Decidida a buscar solução para os escassos recursos do planeta vermelho, a astrobióloga brasileira Rebeca Gonçalves utiliza uma técnica da civilização maia para simular a agricultura no solo extraterrestre. Ela atua no Centro de Análise em Sistemas de Colheita da Universidade de Wageningen, nos Países Baixos,

A técnica usada no estudo é a policultura, socialização de culturas ou consorciação, que basicamente usa um mesmo espaço de terra para plantar espécies que têm qualidades complementares, para que uma ajude no desenvolvimento da outra.

Para realizar o estudo, os pesquisadores selecionaram ervilhas, cenouras e tomates-cereja.

Cada um deles tem uma função muito específica nessa equação. As ervilhas farão o trabalho de transformar nitrogênio em amônia, que vai atuar como fertilizante. Já a cenoura foi escolhida porque ajuda a arejar o solo. O tomate-cereja contribui com o crescimento dos outros dois legumes quando é plantado por perto.

Porém, o estudo está sendo realizado na Terra e não em Marte. Como garantir que vai dar certo?

Dados coletados pela Nasa permitiram identificar a composição do solo de Marte, que é chamado de regolito, e desenvolver um material parecido aqui: um regolito retirado de um vulcão do Havaí e do deserto de Mojave, nos EUA
Ana Bonassa, Nunca Vi 1 Cientista

A pesquisa desenvolvida por Rebeca Gonçalves não só contribuirá com a agricultura marciana. Também auxilia a melhorar os solos do nosso planeta.

As técnicas de consorciação também são comprovadamente eficazes para regenerar solos agrícolas que foram degradados

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🗞️X de Elon Musk anuncia fim da operação no Brasil com citação a Moraes e demissão de equipe do país

O X, antigo Twitter, anunciou o fim de suas operações no Brasil neste sábado (17). A empresa afirma que o motivo da decisão partiu após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ameaçar “nosso representante legal no Brasil com prisão se não cumprirmos suas ordens de censura”.

“Noite passada [sexta-feira, 16 de agosto], Alexandre de Moraes ameaçou nosso representante legal no Brasil com prisão se não cumprirmos suas ordens de censura. Ele fez isso em uma ordem secreta, que compartilhamos aqui para expor suas ações”, afirma a empresa.

Em nota, o X diz que, apesar de “inúmeros recursos ao Supremo Tribunal não terem sido ouvidos, de o público brasileiro não ter sido informado sobre essas ordens e de nossa equipe brasileira não ter responsabilidade ou controle sobre o bloqueio de conteúdo em nossa plataforma, Moraes optou por ameaçar nossa equipe no Brasil em vez de respeitar a lei ou o devido processo legal”.

O ofício informa que foi aplicada uma multa de R$ 50 mil à empresa “X Brasil Internet LTDA”, determinando ainda a intimação pessoal do representante legal da companhia, Diego de Lima Gualda.

O despacho afirma que foi dado um prazo de 24 horas para o cumprimento integral da ordem, além de multa de R$ 20 mil a Conceição, “cumulativa aquela imposta à empresa, bem como decretação de prisão por desobediência à determinação judicial”.

“Como resultado, para proteger a segurança de nossa equipe, tomamos a decisão de encerrar nossas operações no Brasil, com efeito imediato”, diz o X em sua conta de assuntos internacionais. A empresa afirma que a rede social segue disponível no Brasil, mas não determina um prazo para o possível encerramento da sua disponibilização. Lojas de aplicativos também seguem com a rede social no ar

“Estamos profundamente tristes por termos sido forçados a tomar essa decisão. A responsabilidade é exclusivamente de Alexandre de Moraes”, afirmou a companhia.

O empresário já discutiu, em ocasiões anteriores, com o ministro do STF. Em abril deste ano, Musk acusou Moraes de censura e ameaçou fechar o X no país. Na última quarta-feira (14), ele criticou uma nova decisão do Judiciário contra a rede social, que determinava o bloqueio de contas no país e suspensão de monetização no Brasil.

Na noite de ontem (16), Musk publicou em seu perfil da rede social que as recentes exigências de governos, divulgadas pela empresa, “violam as leis brasileiras, argentinas e norte-americanas”.

Em sua conta na plataforma, Musk declarou: “A decisão de fechar o escritório do X no Brasil foi difícil, mas, se tivéssemos concordado com as exigências de Alexandre de Moraes de censura secreta (ilegal) e entrega de informações privadas, não haveria forma de explicar nossas ações sem ficarmos envergonhados”.

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🗞️Drone substitui ser humano na inspeção de torre de transmissão de energia

Os drones caíram no gosto popular por fazer filmagens de boa qualidade em lugares de difícil acesso. Agora, essas máquinas voadoras estão sendo usadas para substituir humanos. Mas é por um bom motivo.

A pedido de uma companhia de energia elétrica, o Instituto Eldorado, um dos maiores centros de pesquisa do Brasil, criou uma forma de drones fazerem inspeções em torres de energia. A atividade é perigosa para os funcionários de carne e osso, devido à possibilidade de choques elétricos e até quedas de grandes alturas.

Existe um risco de acidentes com pessoas que sobem em torres [de energia] para verificar se há oxidação.

Em visita da reportagem de Tilt ao centro, que fica em Campinas, no interior de São Paulo, Pierre explicou como a tecnologia foi criada.

Diferentes sensores foram implantados no drone para coletar sinais do mundo externo. A partir daí, esses componentes foram integrados por meio de um sistema de inteligência artificial embutido no drone.

Tudo isso permite que a máquina voadora identifique a torre a ser inspecionada, vá até ela, mantenha uma distância segura devido ao campo magnético e fotografe os objetos a serem inspecionados.

Essas imagens são processadas dentro do drone sem a necessidade de serem enviadas para a nuvem. A própria máquina cria um relatório sobre as peças aptas para uso e aquelas que devem ser trocadas ou consertadas.

Devido a um acordo de confidencialidade, Pierre não revela o nome da empresa de energia elétrica que contratou o projeto.

Além do drone, o Instituto Eldorado criou um veículo autônomo para executar tarefas similares à máquina voadora, mas no chão. Dada uma rota, o carrinho segue o percurso até seu destino. Usa seus sensores para evitar obstáculos e entraves.

São dois bons exemplos de trabalhar diferentes tecnologias com o propósito de criar um produto que vai ser útil e vai ajudar as empresas a abordar problemas que têm hoje.

Ambos os projetos estão relacionados com o conceito de inovação aberta. O pesquisador afirma que o mundo vive atualmente uma era exponencial, na qual uma única empresa tem dificuldade para dominar todas as tecnologias e, trabalhar em parceria com organizações com diferentes espectros de desenvolvimento ajuda na produção de seus próprios equipamentos.

🗞️Agronomia e internet: conexão eleva produtividade de fazenda em MT em 17%

Uma grande empresa de telecomunicações contrata três agrônomos. Pode parecer sem sentido. Mas é unindo áreas aparentemente diferentes que o futuro da conectividade rural tem sido pensado, conta Alexandre Dal Forno, diretor de desenvolvimento de mercado IoT e 5G da TIM Brasil. Além de lidar com os profissionais da agronomia, é ele que lidera na companhia a estratégia de expandir o sinal 4G nas áreas remotas do país.

Durante o evento Brasil do Futuro – Agrotech, realizado pelo UOL, o executivo falou que a TIM trabalha com o segmento do agronegócio há quase seis anos.

“Achamos um modelo de negócio para levar conectividade para a área agrícola e, nesse tempo, conectamos 17 milhões de hectares”, Alexandre Dal Forno, diretor de desenvolvimento de mercado IoT e 5G da TIM Brasil.

Uma das boas histórias para contar a esse respeito está no município de Água Boa, no Mato Grosso, cuja população é de cerca de 25 mil habitantes. É o caso da Agropecuária Jerusalém, que recebeu internet em um projeto para comprovar que a conexão melhora o trabalho e a produtividade de uma fazenda. A iniciativa foi capitaneada pela TIM e a montadora de máquinas agrícolas Case IH.

Levar conectividade a uma propriedade rural viabiliza a operação de modernas máquinas agrícolas. Uma colheitadeira de grãos, por exemplo, tem embutido sistemas de inteligência artificial. Em uma máquina destas, há 16 sensores e exige em uma só jornada de trabalho 1.800 ajustes, como velocidade e ângulo da plataforma.

Quando vai começar o processo de colheita, o produtor pode escolher o módulo de qualidade de grãos, então a máquina opera na velocidade adequada para manter a integridade dos grãos. O operador não conseguiria fazer isso [na mesma velocidade], e a máquina mesmo vai se ajustando.

Ainda segundo Penha, 90% das funções do maquinário são feitas de forma autônoma e ele entrega 15% acima da produtividade em comparação ao sistema sem conexão com a internet. Para medir estes desempenhos, a consultoria Agricef foi contratada junto a Universidade de Campinas (Unicamp) para avaliar primeira e segunda safras com acesso à internet.

Esse projeto da Fazenda Conectada, desde o início, trouxe uma série de desafios, como conseguir medir os ganhos dessas tecnologias em uma fazenda real. Quando iniciamos o projeto, nos deparamos com o contexto da fazenda, com profissionais capacitados, mas de visão analógica, não era em tempo real a tomada de decisão.

No primeiro ano, a fazenda modelo teve 7% a mais de produtividade em comparação à média das fazendas do entorno, e 13% a mais do que a média do Brasil.

A diferença também é sentida no aspecto do meio ambiente, com a redução de 25% de uso de combustível na fazenda. Isso porque, através dos painéis de controle da fazenda acompanhados em tempo real, é possível monitorar os tratores que estão ligados mas não estão em operação. Assim, a partir da conectividade, houve redução de 6% de motor ocioso, segundo Efraim.

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