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Cinf News – Edição 46 (segunda 15/07/2)

São Paulo terá 1º aeroporto para carros voadores da América Latina

O Aeroporto Internacional de São José dos Campos (SP) vai acomodar as instalações do primeiro vertiporto da América Latina.

O local, que vai receber pousos e decolagens de carros voadores, ou eVTOLs, será administrado pela SJK Airport, que confirmou a informação no Instagram da empresa e fechou uma parceria com a VertiMob Infrastructure, que desenvolverá o projeto.

Na publicação a empresa informa que um memorando de entendimento (MoU) foi estabelecido para tirar o projeto do vertiporto do papel.

O vertiporto será instalado em uma área conhecida como ‘run-up’, usada para testes de motores no aeroporto de São José dos Campos (SP).

A previsão é de que as obras das instalações comecem no início de 2025 e as operações devem ocorrer a partir de 2027.

O local será exclusivo para receber os carros voadores, preparado para receber pousos e decolagens com segurança total para todos os usuários e passageiros do vertiporto.

Além disso, na mesma cidade no interior paulista será construído a fábrica dos veículos voadores da Embraer.

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Brasileiros criam painel solar com a espessura de papel

Quase sempre quando dizem que o brasileiro precisa ser estudado, o tom é de brincadeira. Mas aqui a ciência está sendo feita a sério, pra valer mesmo.

No quadro “O brasileiro precisa ser estudado” desta semana, a divulgadora científica Laura Marise, do Nunca Vi 1 Cientista, apresenta um painel solar com a espessura de uma folha de papel, criado por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná.

“Por ter essa espessura tão fina, o painel solar tem uma versatilidade que basicamente pode transformar diversas superfícies em fonte de energia. Imagina ter esses painéis nas paredes de prédios ou até em alguns acessórios e aparelhos que podem recarregar ‘automaticamente’ com a luz do Sol?
Laura Marise, Nunca Vi 1 Cientista.

Os pesquisadores desenvolveram células solares ultraleves, um avanço enorme quando se trata de energia renovável.

Segundo eles, esses painéis conseguem gerar até três vezes mais energia que seus concorrentes convencionais. Além disso, é possível produzi-los em larga escala com muito mais facilidade.

“A expectativa é que essas células solares se tornem ainda mais econômicas e duráveis em um futuro próximo. Com essa tecnologia mais acessível, vai ser possível revolucionar o uso da energia solar, beneficiando diversos setores da indústria e, principalmente, facilitando o acesso à energia elétrica de qualidade para muitas pessoas” Laura Marise, Nunca Vi 1 Cientist.

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Acredite se quiser: pequenas empresas familiares lideram em inovação

Feche os olhos e imagine um mundo onde as empresas mais inovadoras não são gigantes da tecnologia, mas sim negócios familiares. Agora pode abri-los, pois não é preciso imaginar, isso já é realidade.

Foi isso o que nossa equipe de especialistas em negócios descobriu em uma recente análise global de empresas familiares. Ao revisar 193 estudos publicados de 1996 a 2022 sobre as estratégias seguidas, vimos que estes pequenos negócios lideram em inovação.

Descobrimos que pequenas e médias empresas familiares em países com forte proteção ao direito de propriedade são as mais inovadoras do mundo. Elas superam companhias de todos os tamanhos.

Para determinar quais países contam com proteções mais fortes, usamos o ranking mais abrangente disponível: o Índice Internacional de Direitos de Propriedade. Ele leva em conta vários fatores, incluindo estabilidade política, independência judicial, corrupção, facilidade de acesso a empréstimos e proteção a direitos autorais e patentes.

Os três países com os ambientes legais mais fortes são Finlândia, Suíça e Austrália.

POR QUE ISSO IMPORTA

Quando professores de administração falam sobre inovação, geralmente se referem a investimentos em pesquisa e desenvolvimento, melhorias de processos empresariais, criação de novos produtos e outras atividades associadas a mudanças estratégicas.

Pesquisas anteriores classificaram empresas familiares como mais ou menos inovadoras com base em dois fatores: tamanho e se estão em um país que protege os direitos de propriedade. Quando estes direitos não são protegidos, as pessoas têm menos incentivo para inovar porque suas ideias podem ser roubadas.

O estudo ilustra a importância deste tipo de proteção para o crescimento dos negócios. E, embora esse tipo de legislação permita o crescimento de todos, pequenas e médias empresas familiares são as que mais se beneficiam dela.

Isso não chega a ser uma surpresa. Grandes empresas costumam contar com sistemas mais robustos para se proteger contra riscos como roubo e fraude. Também têm menos necessidade de inovar devido ao seu tamanho e presença de mercado. Negócios menores, por outro lado, precisam inovar sempre para conseguir competir e crescer.

Além disso, se preocupam em passar os negócios para as futuras gerações, o que lhes dá um incentivo extra para inovar. Se não o fizerem, podem deixar de existir. Isso parece ser mais relevante para pequenas empresas familiares menos estabelecidas.

O QUE AINDA NÃO SE SABE

As descobertas do levantamento são qualitativas e não quantitativas, o que significa que mais pesquisas são necessárias para confirmá-las. Também não sabemos ainda que tipo de inovações fazem os pequenos negócios familiares se destacarem e se elas costumam ser incrementais ou transformadores.

Nossa equipe quer aprender mais sobre os ambientes legais em que essas empresas operam e como eles afetam seu comportamento e desempenho. Planejamos realizar mais pesquisas sobre as várias estratégias utilizadas, como inovação, internacionalização e fusões ou aquisições.

Em última análise, esperamos identificar abordagens que ajudem empresas familiares a prosperar em todo o mundo – não apenas em certos países.

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Seu smartwatch pode virar uma “IA enfermeira” nos próximos anos

“Não há enfermeiros o suficiente no mundo para ajudar todos nós a navegar as complexidades dos cuidados com saúde que precisamos ter”. A Samsung quer ajudar a resolver esse problema descrito pelo Dr. Hon Pak — chefe da sua equipe de saúde digital — usando inteligência artificial (IA) e está trabalhando em recursos que podem transformar nossos próximos smartwatches e outros vestíveis em uma verdadeira “IA enfermeira”.

O Canaltech conversou com Dr. Pak durante a Galaxy Unpacked 2024 em Paris para entender como IAs podem ajudar a descobrir problemas de saúde e direcionar pessoas para os profissionais humanos certos.

Ele fala sobre “cuidados em casa” por a ideia ser aproveitar aparelhos que já usamos no dia-a-dia não só para coletar batimentos cardíacos, mas aproveitar isso de forma compreensiva para gerar dados concretos, com os quais as pessoas podem tomar decisões. Tudo isso antes mesmo de marcarmos uma consulta com um médico para começar a investigar algum sintoma.

IA para consertar um sistema de saúde falho

Para Dr. Pak, o sistema de saúde que temos hoje — em todo o mundo — é falho. É comum descobrirmos doenças já em estágios avançados porque ignoramos nossos sintomas ou não os entendemos adequadamente. E por não entendermos, frequentemente não buscamos ajuda médica. Quando buscamos, precisamos enfrentar filas, fazer várias consultas, passar por exames e gastar muito tempo.

Em vez disso, a proposta do chefe de saúde digital da Samsung é tornar esse processo mais eficiente, pulando alguns passos para chegar em um pré-diagnóstico que possa ajudar médicos humanos a investigar um problema mais objetivo em vez de explorar uma série de possibilidades.

Para isso, Dr. Pak quer aproveitar smartwatches que já temos no pulso e quem sabe outros vestíveis, como o Galaxy Ring que a Samsung lançou durante a Unpacked 2024.

Com as conclusões que uma “IA enfermeira” devidamente treinada poderia tirar desses dados e com a mensagem certa, Dr. Pak imagina que possa de fato fazer uma diferença na saúde das pessoas.

O uso de IA na saúde hoje

Esse conceito da “IA enfermeira” ainda não é nada concreto e vai precisar de muita gente e muitas organizações inovadoras para torná-la realidade. O próprio Dr. Pak disse ao Canaltech que a saúde é um problema grande e complexo demais para uma só empresa resolver, por maior que ela possa ser. Mas o trabalho já começou.

Uma das ferramentas que a Samsung mais destacou com o lançamento dos seus novos vestíveis —incluindo os relógios inteligente e o Galaxy Ring — foi a “Pontuação de Energia”. Com base nas medições feitas com esses aparelhos nos últimos sete dias, o app Samsung Health dará um número de zero a cem para ilustrar o qual seria o total de energia que você teria no organismo para gastar no oitavo dia.

Essa métrica não foi inventada pela Samsung. Trata-se de um modelo criado pelo Professor Patrick O’Connor e sua equipe de pesquisa na Universidade da Geórgia, nos EUA.

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Marte: cientistas apontam o que pode ser o 1º habitante do planeta vermelho

Espécie de musgo Syntrichia caninervis se mostrou resistente a condições equivalente às encontradas em Marte e pode ser utilizada para colonizar o planeta vermelho.

O que aconteceu
Pesquisadores chineses testaram o musgo para avaliar sua resistência. Em estudo publicado no site The Innovation, os especialistas concluíram que o musgo Syntrichia caninervis é uma “planta pioneira e promissora para colonizar ambientes extraterrestres”. De acordo com os pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências, o estudo indicou que o musgo tem capacidade de sobreviver a condições que seriam fatais para outras espécies.

Simulação do ambiente de Marte foi realizada em instalações próprias e de alta tecnologia. Os pesquisadores fizeram seus estudos na Instalação de Simulação de Atmosferas Planetárias (PASF, na sigla em inglês) operada pelo Centro de Testes de Confiabilidade e Meio Ambiente do Centro Nacional de Ciências Espaciais da Academia Chinesa de Ciências.

O musgo vive em locais considerados inóspitos na Terra. Conhecida pela sua resistência, a planta é encontrada em desertos e em regiões polares, comprovando sua capacidade de sobrevivência em condições extremas. Desertos como os de Gurbantunggut e Tengger, na China, e o Mojave, nos Estados Unidos, são exemplos de morada do musgo, sendo o Mojave o deserto mais seco da América do Norte. A Cordilheira Pamir e o Tibet, na Ásia, e até mesmo a Antártida também abrigam a espécie.

Segundo o estudo, a tolerância do musgo acontece graças às suas adaptações morfológicas, fisiológicas e moleculares. A capacidade evolutiva do musgo pode ser aproveitada pelos especialistas que estudam a colonização de outros planetas.

Resistência à desidratação. Em um teste de dessecação do musgo (no qual o nível de secura é extremo), a planta não só resistiu à falta de água como também se regenerou rapidamente. Segundo os pesquisadores, a recuperação foi “em segundos” após uma perda de mais de 98% de sua água. Os estudiosos apelidaram essa característica de “drying without dying”, em português “secar sem morrer”.

Resistente ao frio. A planta apresentou uma resistência “extraordinária” de acordo com o estudo, suportando uma temperatura de -196°C. O musgo foi capaz de se regenerar também após um período de cinco anos em um freezer a -80º C. A essa capacidade, foi dado o nome “congelar sem morrer” (“freezing without dying”, em inglês).

Resistência à radiação gama. Em testes utilizando radiação gama (tipo de radiação eletromagnética de alta frequência), o musgo foi capaz de se regenerar após ser submetido a até 500 unidades Gray (marcador para indicar a quantidade de energia de radiação absorvida). Para causar danos severos ao musgo, foi necessária uma dose superior a 8000 Gy. Como comparação, uma dose de menos de 10 Gy já é capaz de provocar sintomas graves e até mesmo a morte em seres humanos. Esse caso foi definido pelos pesquisadores como “exposição à radiação sem morrer” (“radiation exposure without dying”, em inglês).

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