Pesquisadores aplicam IA em drone-robô para a manutenção em redes de alta tensão em Santa Catarina
A Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) foi um dos destaques do 1º Prêmio Aneel de Inovação, realizado durante o Citeenel 2025, o maior congresso brasileiro de tecnologia e eficiência energética do setor elétrico, em Manaus, na semana passada.
O evento premiou dois nomes ligados à Celesc na categoria Pessoa Inovadora do Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Aneel (PD&I). O técnico em Eletrotécnica Rafael Zimmermann Homma, da Celesc, e o professor Rogério Sales Gonçalves, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), receberam o prêmio por desenvolverem um projeto inovador que aplica inteligência artificial em drones-robôs para executar de forma autônoma atividades de manutenção e instalação de sinalizadores em cabos de alta tensão.
A companhia também ficou entre as finalistas na categoria Empresas de Grande Porte, que reconhece distribuidoras que mais se destacam no desenvolvimento e aplicação de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação regulados pela agência.
Sistema de navegação via satélite agora também para mergulhadores
Enquanto os sistemas globais de navegação por satélite já nos permitem navegar com precisão pelo ar ou pelo solo, a navegação subaquática para mergulhadores continua limitada principalmente à orientação por pontos geográficos ou pela tradicional navegação por bússola.
Já existam conceitos para a navegação subaquática empregando uma tecnologia semelhantes à do sonar, que permite determinar a posição usando fontes de sinais acústicos. Mas esses sistemas são pouco práticos e, pior de tudo, exigem um alto nível de pressão sonora, o que afeta o ecossistema e não é bem aceito pelas comunidades mais envolvidas nos mergulhos, como cientistas e admiradores da natureza.
Para superar as duas dificuldades, Susanne Scherbaum e colegas da Universidade de Tecnologia Graz, na Áustria, desenvolveram um novo sistema de posicionamento subaquático que utiliza boias. As boias detectam sua própria localização pelo sistema de posicionamento via satélite, e então emitem sinais eletromagnéticos para as profundezas, permitindo um posicionamento preciso debaixo d’água sem causar danos aos animais.
Usando uma pequena tela, que cabe dentro da máscara, os mergulhadores rastreiam os sinais, que lhes permitem encontrar o caminho para os destinos desejados e retornar ao barco de mergulho ou contornar áreas restritas. Além disso, eles sempre podem ser encontrados em caso de emergência.
Governo Federal edita MP para instituir regime especial de tributação para serviços de datacenter
O Governo Federal publicou nesta quinta-feira (18), no Diário Oficial da União, a Medida Provisória nº 1.318/2025, que cria o Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter (REDATA) e altera a Lei nº 11.196/2005. O novo regime tem como objetivo estimular a instalação e a expansão de datacenters no Brasil, fortalecendo a infraestrutura digital, incentivando a inovação tecnológica e atraindo investimentos para o setor.
Com o REDATA, empresas que implantarem ou ampliarem serviços de datacenter em território nacional poderão contar com suspensão e posterior redução de tributos como PIS/Pasep, Cofins, IPI e Imposto de Importação em determinadas aquisições e operações.
Além do incentivo fiscal, o regime estabelece contrapartidas ambientais, energéticas e de inovação, entre as quais:
- Oferta de pelo menos 10% da capacidade de processamento para o mercado interno;
- Consumo de energia elétrica proveniente de fontes limpas ou renováveis;
- Atendimento a critérios de eficiência hídrica;
- Investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação em parceria com instituições científicas, universidades e empresas públicas de tecnologia;
- Destinação de parte dos recursos para projetos voltados às Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Durante evento nessa quarta-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou as contrapartidas ambientais. “Exigiremos compromisso com a sustentabilidade e a eficiência energética, fortalecendo nossas cadeias industriais de energia limpa e renovável. Esse será o grande diferencial do Brasil no competitivo mercado internacional. Ao impulsionar os data centers, o Brasil impulsiona toda a nossa cadeia digital”, disse.
Câmera de cristal vê o interior do corpo humano com precisão inédita
Os médicos recorrem a exames de medicina nuclear para observar o coração pulsar, monitorar o fluxo sanguíneo e detectar doenças ocultas no interior do corpo. Mas os aparelhos para fazer esses exames são caríssimos porque dependem de detectores difíceis de fabricar, feitos com compostos sintéticos que podem custar até milhões de dólares para fazer uma única câmera.
Agora, Nannan Shen e colegas das universidades Northwestern (EUA) e Soochow (China) construíram o primeiro detector desse tipo baseado em cristais de perovskita, o que promete tornar as imagens de medicina nuclear mais nítidas, mais seguras, mais rápidos e, sobretudo, muitíssimo mais baratas.
“As perovskitas são uma família de cristais mais conhecida por transformar o campo da energia solar,” explicou o professor Mercouri Kanatzidis, coordenador da equipe. “Agora, elas estão prontas para fazer o mesmo pela medicina nuclear. Esta é a primeira prova clara de que os detectores de perovskita podem produzir o tipo de imagens nítidas e confiáveis que os médicos precisam para prestar o melhor atendimento aos seus pacientes.”
De fato, foi o grupo do professor Kanatzidis que construiu, em 2012, as primeiras células solares de filme sólido feitas de perovskitas. E, no ano seguinte, eles descobriram que cristais únicos de perovskita são ótimos em detectar raios X e raios gama. Aquela descoberta, possibilitada pelo desenvolvimento de monocristais de alta qualidade, desencadeou uma onda mundial de pesquisas na área, efetivamente abrindo um novo campo em materiais duros para a detecção de radiação.
Como visto de US$ 100 mil dos EUA prejudica contratações por empresas de tecnologia
A nova taxa de US$ 100 mil (R$ 530 mil) imposta pelos Estados Unidos para candidatos ao visto H-1B, voltado para trabalhadores estrangeiros qualificados, deve prejudicar as contratações de empresa americanas de tecnologia.
A medida foi anunciada pelo presidente americano Donald Trump na última sexta-feira (19) na tentativa de abrir mais empregos para trabalhadores americanos. A taxa se aplica apenas para novas solicitações, e não a quem já tem o visto.
Mas executivos e investidores afirmam que as novas taxas podem acrescentar milhões de dólares em custos para empresas e prejudicar especialmente startups, que podem não ter condições de pagar vistos como parte de sua estratégia.
A decisão teve condenação generalizada da maioria dos executivos, já que muitos consideram isso um grande golpe para um setor que contribuiu com milhões para a reeleição de Trump.
A medida pode ainda afastar imigrantes talentosos que poderiam abrir empresas nos EUA, dizem analistas.
E a confusão sobre a implementação e o alto custo também já levam a pausas nos planos de recrutamento, orçamento e força de trabalho, segundo empresas de tecnologia ouvidas pela Reuters.