SpaceSail: a concorrente chinesa que desafia a Starlink no Brasil
A SpaceSail, empresa chinesa que busca protagonismo no mercado de internet via satélite, já desponta como uma potencial concorrente global da Starlink, de Elon Musk. Fundada em 2023, a companhia aposta em uma tecnologia de satélites de órbita baixa (LEO) para oferecer serviços de alta velocidade e baixa latência, mirando tanto o mercado regional quanto a cobertura global.
Com um plano ambicioso de expansão, a SpaceSail projeta lançar milhares de satélites nos próximos anos, consolidando-se como uma alternativa de peso em um segmento dominado por gigantes do setor.
Na última terça-feira (19), a SpaceSail deu um passo importante para expandir sua atuação no Brasil ao firmar um acordo de cooperação com o governo brasileiro. A parceria prevê estudos sobre a viabilidade de levar internet para locais remotos do país, onde a fibra óptica ainda não chega.
Essa iniciativa coloca a empresa como uma potencial concorrente direta da Starlink que atualmente domina o mercado nacional.
Satélites em órbita e metas ambiciosas da SpaceSail
- Desde seu início, em 2023, a SpaceSail tem investido fortemente em infraestrutura.
- Em agosto de 2024, lançou seus primeiros 18 satélites, seguidos por mais 18 em outubro. \Atualmente, a empresa opera com 36 satélites em órbita, mas o objetivo é alcançar 648 satélites até 2025, garantindo cobertura regional.
- A expansão não para por aí. Até 2027, a empresa espera dobrar esse número, alcançando 1.296 satélites para oferecer cobertura global.
- Em uma visão mais ampla, o plano da SpaceSail é ter 15 mil satélites em órbita até 2030, com foco em uma integração de multisserviços móveis e conexões diretas de alta confiabilidade.
- Embora ainda esteja longe dos números da Starlink, que conta com aproximadamente 6 mil satélites em operação, a SpaceSail se posiciona como uma concorrente relevante graças à sua tecnologia avançada e aos planos de crescimento acelerado.
Tecnologia e diferencial estratégico
A SpaceSail utiliza satélites LEO, que operam em uma órbita mais próxima da Terra em comparação com satélites tradicionais. Essa característica permite transmissões mais rápidas e maior eficiência na comunicação, requisitos essenciais para o fornecimento de internet de alta velocidade e baixa latência.
Segundo a CGWIC (China Great Wall Industry Corporation), responsável pelos lançamentos, a proposta da SpaceSail é oferecer serviços de internet de banda larga ultraconfiáveis, tanto para uso doméstico quanto comercial. A tecnologia da empresa se assemelha à utilizada por outras líderes do setor, como a própria Starlink e a francesa E-Space.
O papel estratégico no setor de satélites
A SpaceSail reflete a estratégia mais ampla do governo chinês para dominar o mercado espacial e de telecomunicações. O plano nacional prevê o desenvolvimento de satélites de órbita baixa, média e alta, além da integração de sistemas de comunicação via satélite com redes terrestres.
Com o apoio governamental, a SpaceSail tem um caminho pavimentado para disputar espaço com gigantes ocidentais e consolidar seu papel como uma fornecedora de serviços de conectividade de alta qualidade em mercados emergentes, como o Brasil.
Hospital faz 1º transplante duplo de pulmão totalmente robótico nos EUA
Nos Estados Unidos, a equipe de cirurgiões do hospital NYU Langone Health Center realizou o primeiro transplante duplo de pulmão totalmente robótico. A cirurgia histórica ocorreu no dia 22 de outubro, na cidade de Nova York, e está ajudando uma mulher de 57 anos com graves problemas respiratórios.
Calma, os robôs-cirurgiões ainda não são autônomos (e estão bem longe de ser). Por transplante totalmente robótico, queremos dizer que a maior parte dos processos no centro cirúrgico foram feitos por braços robóticos, mas que tinham cirurgiões humanos controlando, como em um simulador da vida real.
Nesta operação, a equipe recorreu ao sistema robótico (ou robô-cirurgião) conhecido como Da Vinci Xi — no Brasil, versões deste sistema já estão em uso há alguns anos, tornando as cirurgias mais seguras.
Cirurgia robótica de transplante de pulmão
A paciente Cheryl Mehrkar passou por todos os procedimentos normais do pré-operatório e, quando estava pronta, foi levada ao centro cirúrgico. Inicialmente, os cirurgiões realizaram pequenas incisões (“cortes”) entre as costelas da mulher por onde entraram os braços robóticos, com câmeras e bisturis internos. Assim, é possível separar o pulmão com uma incisão pequena quando comparada à complexidade da operação. Em seguida, os cirurgiões removem o pulmão que foi “desconectado” e implantam o órgão saudável (e recém-doado) no lugar.
“Ao usar esses sistemas robóticos, nosso objetivo é reduzir o impacto que essa cirurgia de grande porte tem sobre os pacientes, limitar sua dor pós-operatória e proporcionar o melhor resultado possível”, comenta Stephanie H. Chang, diretora cirúrgica do Programa de Transplante de Pulmão do Instituto de Transplante NYU Langone, em nota. Ela foi responsável por liderar a cirurgia.
Em setembro, Chang liderou outra cirurgia histórica no campo da medicina robótica. Ela coordenou a equipe que realizou o primeiro transplante de pulmão único totalmente robótico.
Paciente que fez transplante duplo de pulmão
A paciente Cheryl, de 57 anos, foi colocada na lista de espera por um transplante de pulmão e passou pela cirurgia devido ao seu delicado estado de saúde. Por causa da genética, ela já tinha predisposição a ter problemas que afetam o sistema respiratório. Então, aos 43 anos, foi diagnosticada com a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que dificulta a respiração.
Há dois anos, o seu quadro piorou após ter contraído covid-19, o que tornou a missão de respirar algo ainda mais complexo — durante a pandemia, outros pacientes tiveram o mesmo problema. Até o momento, o hospital não divulgou os detalhes sobre o processo de recuperação da paciente, o que deve ser feito em breve.
Startup fabrica chips analógicos que podem revolucionar mercado de IA
As GPUs, essenciais para a execução de modelos de IA, consomem grandes quantidades de energia, o que impulsionará um aumento de 160% na demanda de eletricidade até 2030, segundo a Goldman Sachs.
Vishal Sarin, designer de circuitos analógicos e de memória, fundou uma empresa, a Sagence AI, para criar alternativas mais eficientes para esse problema, como mostra o TechCrunch.
A startup desenvolve chips analógicos, que, ao contrário dos chips digitais, podem representar dados com uma gama de valores e não exigem o transporte de dados entre memória e processadores, o que reduz o consumo de energia e melhora a velocidade.
Embora os chips analógicos tenham sido populares de 1935 a 1980, sua eficiência energética está sendo reconsiderada devido às limitações dos chips digitais, como a necessidade de múltiplos componentes e os gargalos de memória.
O diferencial dos chips da Sagence
- Os chips da Sagence, chamados de “chips na memória”, podem realizar cálculos com menos módulos e maior densidade de dados, oferecendo desempenho superior e menos latência para aplicações de IA.
- Apesar das vantagens, os chips analógicos são mais difíceis de fabricar e programar com alta precisão. Sarin acredita que os chips da Sagence complementam os chips digitais, acelerando aplicativos específicos em servidores e dispositivos móveis.
- A empresa, que planeja lançar seus chips em 2025, já garantiu US$ 58 milhões em investimentos e se prepara para expandir sua equipe.
Com o crescimento das startups de semicondutores e o aumento da demanda por soluções de IA, a Sagence pode se beneficiar, desde que prove a superioridade de seus chips em termos de consumo de energia e eficiência.
Japão anuncia inovação para 2025: máquina de lavar humanos
Em 1970, a Exposição Mundial do Japão introduziu ao mundo uma máquina extraordinária, a “máquina de lavar humanos”, desenvolvida pela Sanyo Electric Co. Apesar de não ter alcançado êxito comercial, ela plantou as sementes de uma inovação futurista. A tradicional empresa japonesa, agora conhecida como Panasonic Holdings, exibe o desejo humano de unir tecnologia e conforto, uma ideia que voltou à tona com maior intensidade pelas mãos da Science Co. em Osaka.
Atualmente, a Science Co., especializada na fabricação de chuveiros, está à frente do desenvolvimento de uma nova e aprimorada versão dessa máquina. Com um design e tecnologia atualizados, o dispositivo, chamado “Mirai Ningen Sentakuki”, promete oferecer uma experiência de banho futurista. Este projeto ambicioso está programado para ser uma das principais atrações na Expo Osaka Kansai em 2025.
A nova versão da máquina assemelha-se a uma cabine de comando de um caça a jato. Quando o usuário entra, a tampa transparente se fecha sobre ele, e a água quente começa a encher parcialmente o espaço ao redor do assento. Integrados ao assento, sensores de última geração monitoram dados biológicos, como o pulso do usuário, garantindo uma experiência segura e personalizada.
O diferencial desta máquina reside no uso de inteligência artificial (IA). Este sistema de IA detecta se o usuário está calmo ou ansioso e, com base nesses dados, projeta imagens relaxantes no interior da tampa transparente. Todo o processo de lavagem e secagem é efetuado em apenas 15 minutos, prometendo não só limpeza, mas também um momento de revigoramento para quem utiliza o dispositivo.
Diferente do modelo original de 1970, que possuía funcionalidades como ondas de ultrassom e bolas de plástico para massagem, a versão atualizada incorpora tecnologias de ponta. A utilização de inteligência artificial e sensores biológicos modernos coloca este dispositivo em uma categoria própria, tornando a experiência de uso significativamente mais avançada e segura.
Essas inovações refletem o compromisso da Science Co. em proporcionar aos usuários uma experiência de banho revolucionária, apostando não só em bem-estar pessoal, mas também na segurança e eficiência do processo, promovendo assim uma verdadeira transformação na higiene pessoal.
O que diz a convenção sobre IA assinada por EUA, UE e Reino Unido?
Com o avanço da inteligência artificial no mundo e as preocupações crescentes sobre como isso afeta os Direitos Humanos, alguns países assinaram uma convenção para definir um ponto de partida para as leis internacionais com relação a atividades que envolvam IA.
A Convenção de Inteligência Artificial e Direitos Humanos é o primeiro acordo multilateral focado na tecnologia, assinado pela União Europeia, pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido em setembro deste ano. O acordo foi resultado de quase dois anos de discussão
O que diz a convenção sobre IA?
O documento traz princípios como responsabilização, não-discriminação, privacidade e confiabilidade, além de reforçar as obrigações da IA com os Direitos Humanos e a democracia.
Conforme o documento, os envolvidos devem tomar medidas para garantir que a IA não seja utilizada para prejudicar os princípios estabelecidos. Isso inclui a necessidade de banir ou supervisionar alguns usos da IA.
Outra obrigação definida na convenção é que as partes adotem medidas de mitigação em casos de violação aos Direitos Humanos como resultado do uso de IA.
Um dos artigos define que pessoas que estejam interagindo com IA sejam notificadas de que se trata da ferramenta, e não de outro ser humano.
Além disso, a convenção diz que as partes devem encorajar e promover habilidades digitais, que ajudem as pessoas a identificar, prevenir e mitigar riscos trazidos pela IA.
A convenção tem um artigo que foca em crianças e pessoas com deficiência, estabelecendo responsabilização pelas necessidades específicas e vulnerabilidade dessas pessoas.
As autoridades públicas que assinaram a convenção são obrigadas a se comprometer com o documento totalmente, enquanto agentes privados podem adotar medidas diferentes, desde que tenham o mesmo objetivo.
A ideia é que os países parte do acordo possam cooperar entre si e trocar informações, bem como auxiliar outros países a se tornarem parte dele.
Cada parte que assinou o acordo deve designar ao menos um mecanismo para supervisionar o cumprimento da convenção.
O que é a inteligência artificial?
Segundo a convenção, IA é um sistema baseado em máquina que recebe dados, a partir dos quais gera resultados, como previsões, conteúdos, recomendações ou decisões, seja com maior ou menor autonomia. Esses resultados, por sua vez, têm impacto na sociedade.