Futuro sem cimento? Conheça a solução da impressão de impacto para a construção sustentável
A impressão 3D chegou como uma solução rápida e mais barata na construção de casas.
A ideia principal é a redução de custos, resíduos e de tempo, mas a indústria tem um entrave: a dependência do cimento ainda desafia a sustentabilidade no setor. Isso porque o cimento é um material altamente poluente.
IMPRESSÃO DE IMPACTO
A alternativa do setor é a impressão de impacto.
Impressão sem cimento que usa um jato de material de alta velocidade que se funde à estrutura da casa.
Recentemente, a construtora ICON anunciou que está perto de concluir o maior bairro impresso em 3D do mundo.
Onde centenas de casas impressas em 3D estão sendo construídas nos EUA e na Europa, contando também com projetos habitacionais em andamento.
FATORES POSITIVOS DA IMPRESSÃO 3D
Esse tipo de impressão reduz o tempo de construção.
Uma casa construída em alvenaria de forma tradicional, que poderia levar meses, é construída em dias ou semanas com impressão 3D.
Ela também reduz a quantidade de materiais e desperdício, pois elimina boa parte dos resíduos durante a construção.
O que leva a outra vantagem: redução de custos.
IMPRESSÃO DE IMPACTO: UMA NOVA PERSPECTIVA PARA O SETOR
Pesquisadores do ETH (Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Zurique), afirmam ter desenvolvido um método de construção robótica ainda melhor do que a impressão 3D.
Chamado de impressão de impacto e usando materiais vindos da Terra, como areia, silte, argila e cascalho, é menos intensiva em carbono e mais sustentável e acessível que a 3D.
Os materiais da Terra são abundantes, recicláveis, disponíveis a baixo custo e podem ser escavados no próprio canteiro de obras.
A principal diferença entre os dois tipos de impressão é que, na 3D os materiais são muito fracos para suportar uma estrutura, por isso, precisam de aditivos como cimento para dobrar as tensões de escoamento toleradas pela estrutura final.
Já a ferramenta robótica usada pela impressão de impacto deposita o material de construção em alta velocidade que facilita a forte ligação entre as camadas de materiais utilizados.
Com maior resistência e rigidez, necessita de menos aditivos para melhorar as propriedades dos materiais.
POR QUE ISSO IMPORTA?
A impressão de impacto é boa para o nosso planeta.
Enquanto a impressão 3D reduz custos de mão de obra e promete tornar a moradia mais acessível, ela não é tão sustentável ou ecologicamente correta por não ser reciclável e por causa do cimento.
O cimento é responsável por quase 8% das emissões globais de CO².
O próximo passo é começar a comercializar a impressão de impacto, mas para isso, os suiços buscam se incorporar a uma startup para que o produto esteja no mercado em até 3 anos.
Vaticano abraça IA e leva ‘gêmeo digital’ da Basílica de S.Pedro à internet
No coração de Roma, na Itália, a Basílica de São Pedro é uma obra monumental projetada e decorada por gênios como Michelangelo, Rafael e Bernini com a tecnologia de ponta dos séculos 16 e 17. Nesta segunda-feira (11), o Vaticano anuncia a chegada à internet do templo mais icônico da Igreja Católica, sob a forma de um gêmeo digital, desenvolvido com o que há de mais avançado em termos de inteligência artificial generativa, drones autônomos e mapeamento 3D de fazer inveja a jogos de videogame.
Em parceria com a Microsoft e empresas como Iconen e Dadada, a Santa Sé transformou um símbolo consolidado de fé e requinte artístico em uma nova obra prima, para atrair bem mais do que os 60 mil visitantes por dia.
Eu chamo isso de obra prima. e várias pessoas depois de ver esse projeto ficam mudas mudas. Eu acho que há nisso o suspiro de Deus
Padre Enzo Fortunato, diretor de comunicação da Basílica de São Pedro
Gêmeos digitais são réplicas no mundo virtual de todos os elementos físicos de objetos ou edifícios. Isso inclui cada detalhe deles, o que na Basílica de São Pedro exigiu um trabalho descomunal. As tratativas entre Microsoft e Vaticano começaram em 2018 e os últimos retoques ainda eram dados em novembro deste ano.
É compreensível, afinal a tarefa é recriar digitalmente todos os aspectos, símbolos, sombras e a aura de encantamento presentes no prédio construído em uma área de 23 mil metros quadros. Internamente, a Basílica possui altura de 138 metros que culmina na cúpula projetada por Michelangelo —é tão alto que se, empilharmos o Cristo Redentor, do Rio de Janeiro, e a Estátua da Liberdade, de Nova York, ainda faltarão cinco metros até o teto.
“O desafio de colocar a Basílica no digital é capturar todos os detalhes, como o bronze e o mármore são, o jeito como as sombras tomam o lugar durante a exibição”, comenta Shawn Wright, líder de design da Microsoft.
Veterano da indústria dos games, com a supervisão de produções para Hololens e Xbox no currículo, Wright conta que alguns cenários levariam três meses para serem feitos no mundo dos jogos, mas o tempo foi encurtado para três minutos com a tecnologia à disposição. Dentro da Microsoft, a iniciativa foi encampada por uma área chamada AI for Good, destinada a usar IA para projetos sociais ou ligados ao enriquecimento humano.
O processo começou com a captura de 400 mil fotos de alta resolução de todos os cantos do interior e do exterior da Basílica. Isso rendeu 22 Petabytes de material —o equivalente a quase 86 mil iPhones de 256 GB— e provocou cenas curiosas.
Nunca imaginei que eu formaria um time que voaria drones na cúpula que é a obra prima do Michelângelo
Carol Ann Browne, vice-presidente da Microsoft
As numerosas fotos viraram pontos que foram reunidos para criar um modelo em 3D do templo. É a partir daí que entra a inteligência artificial.
Primeiro, ela foi treinada para identificar onde estão pontos de vulnerabilidade estrutural que o olho humano demoraria a enxergar. Assim, o Vaticano pode promover reparações. Como esse é um processo contínuo, o gêmeo digital da Basílica se transformou em uma ferramenta de manutenção.
“A consciência é o primeiro passo para a preservação”, afirma o engenheiro Alberto Capitanucci, chefe da área técnica da Basílica.
Já na fase da reconstituição digital, a tecnologia recrutada foi a IA generativa, aquela capaz de elaborar conteúdo a partir de outros dados. Ela preencheu com “nuvens de dados” algumas lacunas não captadas pelas fotos, como o espaço dentro das paredes. Também atuou para dar a sensação de dimensão espacial. Ou seja, dar ao observação a devida noção de distância relativa para o objetos e entre eles. Para essa fase, foi usado uma combinação de fotogrametria e de uma nova tecnologia chamada Splating 3D, que está chegando agora ao mundo dos games.
Padre Fortunato conta que este foi também um processo para a Santa Fé abrir a mente para novas ideias. Foi só recentemente que a Igreja Católica passou a tratar publicamente dos avanços da inteligência artificial e das preocupações relacionadas a ela. O Papa Francisco falou especificamente sobre o assunto pela primeira vez, durante a Cúpula do G7. Na mensagem, ele tratou das promessas trazidas pela tecnologia, como a democratização no acesso ao conhecimento, e também da possibilidade de a desigualdade ser ampliada, ao concentrar mais poder na mão de poucas empresas.
SpaceX lança 1º satélite de madeira do mundo, feito por japoneses
O primeiro satélite de madeira do mundo, construído por pesquisadores japoneses, foi lançado ao espaço nesta terça-feira (5).
Chamado de LignoSat, o satélite desenvolvido pela Universidade de Kyoto e pela construtora Sumitomo Forestry, foi lançado para a Estação Espacial Internacional em uma missão da SpaceX, do bilionário Elon Musk. Posteriormente, será lançado em órbita a cerca de 400 km acima da Terra.
Nomeado em homenagem à palavra latina para “madeira”, o LignoSat, do tamanho da palma da mão, tem a tarefa de demonstrar o potencial cósmico do material renovável na exploração do espaço.
“Com madeira, um material que podemos produzir por nós mesmos, seremos capazes de construir casas, viver e trabalhar no espaço para sempre”, disse Takao Doi, um astronauta que voou no ônibus espacial e estuda atividades espaciais humanas na Universidade de Kyoto.
Com um plano de 50 anos de plantar árvores e construir casas de madeira na Lua e em Marte, a equipe de Doi decidiu desenvolver um satélite de madeira certificado pela Nasa para provar que o material tem qualidade espacial.
Com um plano de 50 anos de plantar árvores e construir casas de madeira na Lua e em Marte, a equipe de Doi decidiu desenvolver um satélite de madeira certificado pela Nasa para provar que o material tem qualidade espacial.
A madeira é mais durável no espaço do que na Terra, porque não há água ou oxigênio que possam apodrecê-la ou inflamá-la, acrescentou Murata.
Um satélite de madeira também minimiza o impacto ambiental no final de sua vida útil, dizem os pesquisadores.
Satélites desativados devem reentrar na atmosfera para que não se tornem detritos espaciais. Os satélites convencionais de metal criam partículas de óxido de alumínio durante a reentrada, mas os de madeira simplesmente queimariam, com menos poluição, disse Doi.
Desafios e caminhos para inovar no Brasil
Segundo Pompeo Scola, administrador, psicólogo e CEO da aceleradora Cyklo Agrictech, empreender e inovar no Brasil é uma tarefa complexa, especialmente frente aos desafios de um cenário em transformação constante (Scola, 2024). Ele argumenta que os modelos e ferramentas de apoio ao empreendedorismo, desenvolvidos nas últimas quatro décadas, vêm perdendo eficácia.
“O primeiro passo é saber onde buscar boas oportunidades de inovação. Se for um projeto que será iniciado do zero, como inovação aberta ou uma startup, é importante focalizar em áreas pouco exploradas como o agronegócio, qualidade de vida, ESG (Ambiental, Social e Governança) ou sustentabilidade. Que são frentes onde se tem grandes oportunidades para desenvolvimento. Agora, se for uma inovação incremental, ou seja, dentro de um negócio já existente, é preciso olhar detalhadamente os processos da empresa, principalmente os que se relacionam com clientes e fornecedores. Considerar tempo, custo envolvido, quantidade de pessoas, nível de satisfação e volume, que como indicadores podem ajudar a encontrar boas oportunidades”
Além disso, o aumento das informações digitais e do uso de big data amplia as possibilidades de inovação, oferecendo um campo fértil para novos negócios baseados em dados, altamente atrativos para empresas e órgãos de pesquisa. Ele destaca que a inovação precisa se alinhar aos interesses do cliente e do mercado, priorizando escalabilidade e relevância da solução, fatores que aumentam as chances de sucesso do projeto.
A fase de aceleração e captação de investimento exige cautela: Scola alerta que o mercado está menos disposto a financiar projetos que queimam caixa sem estratégia de retorno clara, especialmente em mercados saturados (os “oceanos vermelhos”). Uma abordagem eficiente seria adotar custos variáveis, como profissionais em tempo parcial, para otimizar o retorno do investimento.
“Estes são alguns dos muitos pontos que passam a inovação e seus projetos e que devem estar no radar de todo bom empreendedor, esteja ele começando ou em pleno crescimento ou consagrado. Buscar conhecimento e orientação é sempre o melhor caminho para o sucesso na inovação”, conclui.
Fapesc reconhece pesquisadores e empreendedores com o Prêmio Catarinense de Inovação
Um dia de celebração para o ecossistema de Ciência, Tecnologia e Inovação catarinense. Assim foi o Fapesc Day, um evento de networking e premiações que reuniu, nesta sexta-feira, 8, empreendedores e pesquisadores para a entrega do Prêmio Inovação Catarinense — Professor Caspar Erich Stemmer e as apresentações finais dos projetos beneficiados pelo Programa Centelha 2.
Para o presidente da Fapesc, Fábio Wagner Pinto, o Fapesc Day é um momento de conexão entre empreendedores, pesquisadores e a Fapesc. “Temos hoje uma celebração da inovação, um momento em que encontramos pessoas de todas as regiões do estado que vêm mostrar boas experiências de inovação que acontecem em Santa Catarina. Hoje é um dia muito importante para ter contato com as pessoas, trocar experiências e ouvir as demandas. E enquanto Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado, isso tudo colabora para o direcionamento dos próximos planejamentos e execução de recursos voltados para a inovação”, ressalta o presidente da Fapesc.
A diretora de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapesc, Valeska Tratsk, afirma que o Fapesc Day é uma data importante no calendário do ecossistema catarinense. “Tivemos dois momentos neste encontro. O primeiro, onde empreendedores que receberam apoio do Programa Centelha 2 para desenvolverem seus produtos, processos, projetos e serviços inovadores, compartilharam suas experiências. Depois, tivemos a entrega do tão aguardado Prêmio Inovação Catarinense, que está chancelado dentro do Decreto da Inovação do Estado de Santa Catarina. É sempre emocionante entregar esse reconhecimento para pessoas, empresas e instituições que estão fazendo um trabalho inovador”.
Prêmio Inovação Catarinense — Professor Caspar Erich Stemmer
Pelo Prêmio Inovação Catarinense, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) reconheceu o trabalho e a dedicação de 27 pessoas, instituições e empresas na promoção do conhecimento e prática da inovação e na geração de processos, bens e serviços inovadores.
No total, foram R$ 630 mil em premiação, além de certificado e troféu. Em 2024, foram reconhecidos profissionais, pessoas e instituições em nove categorias. Os primeiros lugares receberam R$ 40 mil cada; os segundos classificados, R$ 20 mil cada; e os terceiros colocados, R$ 10 mil cada.
:: Confira os vencedores
Agente de Inovação
1º Dachamir Hotza – UFSC – Florianópolis
2º Maria de Lourdes Borba Magalhães – Scienco – Lages
3º Karine Modolon Zepon – Unisul – Tubarão
Pesquisador(a) Inovador(a)
1º Alexandre Gonçalves Dal Bó – Unesc – Criciúma
2º Tiago Elias Allievi Frizon – UFSC – Criciúma
3º Oscar Rubem Klegues Montedo – Unesc – Criciúma
Mestrando(a) Inovador(a)
1º Rodrigo Ribeiro Arnt Sant’ana – UFSC – Florianópolis
2º Nando Matheus Rocha – Furb – Blumenau
3º Júlia Gava Sandrini – Unesc – Criciúma
Doutorando(a) Inovador(a)
1º Ellen de Pieri – Unesc – Braço do Norte
2º Lucas Bertinetti Lopes – UFSC – Florianópolis
3º Marina Gomes – UFSC – São José
Professor(a) Inovador(a)
1º Jaime Andres Lozano Cadena – UFSC – Florianópolis
2º Ricardo José Pfitscher – UFSC – Joinville
3º Jean Carlos Hennrichs – Funoesc – Chapecó
ICT Inovadora
1º Unochapecó/Fundeste – Chapecó
2º UFSC – Florianópolis
3º SATC – Criciúma
Inovação em Produto
1º Zagonel –Pinhalzinho
2º Alben – Florianópolis
3º Bortoni – Florianópolis
Inovação em Processos de Negócio
1º Trade Cred Tecnologia – Criciúma
2º Nectar Hidromel Bebidas – Florianópolis
3º Colmeia – Tubarão
Inovação em Impacto Socioambiental
1º Kemia – Chapecó
2º FAASC – Florianópolis
3º IPSR – Jaraguá do Sul
Quem foi Caspar Erich Stemmer
Nascido em Novo Hamburgo (RS), Caspar Erich Stemmer formou-se engenheiro pela Universidade do Rio Grande do Sul e fez especialização na Alemanha. Em Santa Catarina, foi fundamental na criação e aprimoramento do curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), introduzindo inovações pioneiras na educação. Mais tarde, foi reitor da UFSC (1976-1980), expandindo significativamente a universidade.
Nacionalmente, atuou em programas estratégicos do governo, como o Programa Nuclear Brasileiro. Stemmer recebeu inúmeras honrarias, incluindo a Ordem Nacional do Mérito Científico. Deixou um legado significativo na educação e na ciência brasileira.