Colher elétrica promete deixar comida salgada sem usar sal
🧂 A inovação “amplia o sabor salgado sem utilizar sódio adicional”, segundo a agência Reuters.
🍣O sabor umami também é ressaltado, de acordo com a fabricante da “Colher de Sal Elétrica”, nome oficial do produto.
A colher, produzida pela fabricante de bebidas Kirin Holdings, está à venda em um lote inicial de apenas 200 unidades e custa US$ 127 (cerca de R$ 652). As vendas seguem em junho, por sorteio.
A Kirin diz que espera ter 1 milhão de consumidores em todo o mundo nos próximos cinco anos. As vendas internacionais da colher só devem ocorrer em 2025.
O produto é feito de plástico e metal e funciona ao passar um campo elétrico fraco entre a colher e as moléculas de sódio (sal) concentradas na língua, sem dar choque. Desse modo, um efeito perceptível é o aumento da sensação de salinidade na comida.
A colher pesa 60 gramas e utiliza uma bateria recarregável.
A invenção foi desenvolvida em parceira com o professor Homei Miyashita, da Universidade de Meiji. A pesquisa deles avaliou o efeito de aumento do gosto salgado em protótipos feitos com garfos e pauzinhos para comida japonesa.
Ano passado, Miyashita e o parceiro de pesquisas Hiromi Nakamura venceram o prêmio Ig Nobel de nutrição.
Apesar de fabricar cervejas, a Kirin tem se voltado ao mercado de cuidados com a saúde.
A companhia informa que a tecnologia da colher tem uso potencial no Japão, onde o adulto médio consome 10 gramas de sal por dia, o dobro recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
O consumo excessivo de sal está relacionado ao aumento de casos de pressão alta, AVC e outras doenças. “A cultura gastronômica no Japão tende a favorecer os sabores salgados”, disse o pesquisador Ai Sato, da Kirin, à agência Reuters.
“Os japoneses precisam reduzir o consumo de sal, mas pode ser difícil mudar os hábitos. Foi isso que nos levou a desenvolver a colher elétrica”, concluiu o pesquisador.
O cimento que pode transformar sua casa numa bateria gigante
Numa bancada de laboratório em Cambridge, no estado americano de Massachusetts, há uma pilha de cilindros de concreto preto polidos, entrelaçada por cabos, sendo banhada em um líquido. Para um observador comum, não parece ter muita função. Até que Damian Stefaniuk aperta um interruptor. Os blocos de concreto estão conectados a um diodo emissor de luz (LED, na sigla em inglês) — e a lâmpada acende.
“No início, eu não acreditei”, diz Stefaniuk, descrevendo a primeira vez que a luz de LED acendeu. “Achei que não tinha desconectado a fonte de energia externa, e por isso o LED estava ligado.”
O motivo para tanto entusiasmo? Este pedaço de concreto escuro e inócuo pode representar o futuro do armazenamento de energia.
A promessa da maioria das fontes de energia renovável é o fornecimento inesgotável de energia limpa, aquela que nos é concedida pelo Sol, pelo vento e pela água.
No entanto, o Sol nem sempre brilha, o vento nem sempre sopra, e a água nem sempre está disponível em abundância. Isso quer dizer que são fontes de energia intermitentes, o que, no nosso mundo moderno, sedento de energia, representa um problema.
Isso significa que precisamos armazenar essa energia em baterias. Mas as baterias dependem de materiais como o lítio, cuja oferta é muito menor do que o que seria provavelmente necessário para satisfazer a demanda gerada pelo esforço mundial para descarbonizar seus sistemas de energia e de transporte.
Existem 101 minas de lítio no mundo, e os analistas econômicos são pessimistas quanto à capacidade destas minas de acompanhar a crescente demanda global.
Analistas ambientais observam que a mineração de lítio utiliza muita energia e água, o que compromete os benefícios ambientais de migrar para fontes de energia renováveis. Os processos envolvidos na extração de lítio também podem, às vezes, levar ao vazamento de produtos químicos tóxicos no abastecimento de água local.
Apesar de novas reservas de lítio terem sido descobertas, a oferta finita deste material, a dependência excessiva de apenas um punhado de minas no mundo todo e seu impacto ambiental, impulsionaram a busca por materiais alternativos para baterias.
É aqui que entram Stefaniuk e seu concreto. Ele e seus colegas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) descobriram uma maneira de criar um dispositivo de armazenamento de energia conhecido como supercapacitor, a partir de três materiais básicos e baratos: água, cimento e uma substância parecida com fuligem, chamada negro de fumo ou negro de carbono.
Os supercapacitores são altamente eficientes no armazenamento de energia, mas diferem das baterias em alguns aspectos importantes. Eles podem recarregar muito mais rápido do que uma bateria de íon de lítio, e não sofrem os mesmos níveis de degradação no desempenho. Mas os supercapacitores também liberam rapidamente a energia que armazenam, tornando-os menos úteis em dispositivos como celulares, laptops ou carros elétricos, em que é necessário um fornecimento constante de energia durante um período prolongado de tempo.
No entanto, de acordo com Stefaniuk, estes supercapacitores poderiam contribuir de forma significativa para os esforços de descarbonizar a economia global. “Se puder ter sua escala ampliada, esta tecnologia pode ajudar a resolver uma questão importante — o armazenamento de energia renovável”, diz ele.
Ele e seus colegas pesquisadores do MIT e do Instituto Wyss de Engenharia Biologicamente Inspirada, da Universidade de Harvard, também nos EUA, vislumbram uma série de aplicações para seus supercapacitores.
Uma delas poderia ser criar estradas que armazenem energia solar, e depois liberá-la para recarregar (sem fio) carros elétricos, enquanto passam pela estrada. A rápida liberação de energia do supercapacitor de cimento-carbono permitiria que os veículos dessem uma carga rápida em suas baterias.
Inovação e moda sustentável: empresa tira do mar plástico usado em tênis
É isso que ocorre quando a inovação encontra a moda sustentável. Uma empresa brasileira criou uma coleção de tênis feitos com plástico retirado dos oceanos.
A gente sabe que resíduos plásticos são uns dos maiores poluentes do meio ambiente. Por isso, além de criar estratégias para reduzir o consumo e descarte de plástico, é também importante que surjam iniciativas como essa, para dar um novo destino para esses resíduos que já existem, de uma maneira inovadora e super útil
Laura Marise, influencedora do Nunca Vi 1 Cientista
A proposta da Denovo é mostrar ser possível reutilizar materiais já existentes para fazer vestuário.
Quer acompanhar as inovações científicas e tecnológicas com aquele tempero brasileiro? Fique de olho na nossa cobertura do que está sendo criado no país e que pode mudar o mundo em Brasil do Futuro, no nosso Canal do WhatsApp, no Instagram e no TikTok.
A Denovo usa fios de plástico reciclado para confeccionar a parte superior dos tênis, fazendo tipo um tricô de plástico. De acordo com a empresa, cada par de tênis equivale a 4 garrafas PET desviadas de aterros sanitários ou retiradas dos oceanos.
Outras empresas como Nike e Puma também já fizeram alguns calçados usando materiais recicláveis e reciclados, mas em menor escala. No caso da Denovo, toda a matéria-prima de seus calçados é 100% reciclada, até mesmo os solados.
“Esse é um enorme passo da moda sustentável. Com mais marcas e empresas investindo na fabricação de peças com materiais recicláveis e reciclados, melhor para a preservação dos oceanos, das espécies e do meio ambiente como um todo”, afirma Laura Marise.
Os preços dos tênis variam entre R$ 319 e R$ 549.
Mais um exemplo que prova que o brasileiro precisa ser estudado, e os empreendedores brasileiros precisam ser celebrados por soluções como essa.
Ray-ban da Meta, Apple Vision: óculos até tentam, mas não são nova onda
As Big Tech estão empenhadas em fazer os óculos tecnológicos serem algo útil. Além do Apple Vision Pro e do Rayban da Meta, outras organizações estão testando ferramentas semelhantes que vão tornar essa tecnologia ainda mais presente no cotidiano das pessoas.
Pensando em tudo como se a vida fosse uma rede social, o quadro “Arrasta pra cima”, do Deu Tilt, podcast do UOL sobre os humanos por trás das máquinas, lançou o questionamento: os óculos são a nova bola da vez da computação vestível?
Diogo Cortiz, professor, pesquisador e apresentador do podcast ao lado de Helton Simões Gomes, editor de Tilt, deu like na ideia. “Há alguns episódios nós falamos dos matadores de iPhone e eu fui de ‘arrasta pra cima’; mas [os óculos] eu acho que trazem uma utilidade”, afirma Cortiz.
Eu testei o Rayban da Meta e eu achei muito legal, principalmente a integração do óculos da Meta com o Meta AI. Acho que é um caminho, principalmente esse óculos mais normais, não o Vision Pro, que vai precisar de gerações até conseguirmos uma coisa mais usável no dia a dia”, destaca.
Helton argumenta que no caso do Vision Pro a proposta é outra. Ele sugere que após novas atualizações, talvez o gadget esteja até mesmo à frente de outros óculos que têm tecnologia embutida. “Ele [Apple Vision Pro] vai integrar o mundo virtual ao mundo físico de uma forma visível, de modo que todo o conceito que vimos discutindo sobre metaverso vai fazer todo sentido”, diz.
Diogo Cortiz lembrou que a Meta também possui uma versão de óculos semelhante ao Vision Pro chamado Meta Quest, que também está na disputa dentro desse filão de mercado.
O pesquisador deu like na ideia porque acredita que o propósito desses óculos não é eliminar os smartphones, mas ampliar as possibilidades de interação com a tecnologia e os ambientes virtuais.
“Assim como os relógios inteligentes, quando surgiram, se propuseram a ampliar as capacidades dos smartphones, se os óculos forem esse tipo de aparelho eu vou de like. Mas se eles se propuserem a ser um substituto, acho que será preciso um salto de usabilidade, que a experiência vai ficar incompleta, gerando outros problemas”, comenta Helton.
Planeta Nove: falta muito para encontrarmos o ‘último’ planeta do Sistema Solar?
Até o momento, os cientistas e astrônomos afirmam que o Sistema Solar é formado por oito planetas principais (Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) e um planeta anão (Plutão). Porém, existem algumas evidências científicas de que pode existir outro corpo celeste que compõe esse conjunto.
Nomeado de Planeta Nove, ou Planeta X, o suposto nono objeto cósmico do Sistema Solar já está sendo procurado há algumas décadas e, talvez, os especialistas da área descubram a verdade nos próximos anos.
Até 2006, Plutão era considerado o nono astro do Sistema Solar, mas foi reclassificado como anão após a União Astronômica Internacional (IAU) afirmar que ele não atendia a todos os critérios necessários para ser considerado um planeta. Contudo, é possível que um nono objeto do Sistema Solar realmente exista, mas os cientistas afirmam que os instrumentos astronômicos atuais talvez não sejam capazes de observá-lo.
Conforme a literatura científica explica, uma das primeiras evidências observadas sobre a existência de outro planeta no Sistema Solar surgiu em 2014, quando o objeto transnetuniano (TNO) Sedna foi estudado pelo astrônomo Scott Sheppard. Segundo os pesquisadores, os dados peculiares da órbita de Sedna indicam a presença de um astro com uma massa substancial naquela região.
Em mensagem enviada ao site Live Science, o astrônomo Mike Brown, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), afirma que a irregularidade detectada em Sedna sugere a presença de algo como um aglomerado de asteroides, um planeta anão ou outro planeta comum na região. Brown foi o responsável por propor a hipótese de que pode existir um novo corpo celeste no Sistema Solar, mas afirma que ainda não é possível confirmar com 100% de certeza que o objeto realmente existe.
“No início, não dissemos que existia um planeta porque pensávamos que era uma coisa ridícula que existisse. Mas tentamos muitas coisas diferentes para explicar o que estávamos vendo e nada mais funcionou. Nossas melhores estimativas são de que seja cerca de sete vezes mais massivo que a Terra, ou algo entre cinco e dez vezes a massa do nosso. Isto o tornaria o quinto astro mais massivo do sistema solar, atrás de Júpiter, Saturno, Netuno e Urano”, disse Brown.
Planeta Nove: o último planeta do Sistema Solar
Apesar de existirem algumas evidências que sugerem a existência do Planeta X, os atuais instrumentos espaciais ainda não são poderosos o suficiente para confirmar a hipótese dos cientistas.
Conforme Brown explicou, a espera pela detecção do Planeta Nove pode acabar em breve, após a abertura do Observatório Vera C. Rubin, um telescópio refletor terrestre de 8,4 metros que está sendo construído no norte do Chile. A nova missão científica está prevista para iniciar em 2025, então, talvez os cientistas descubram a verdade sobre o corpo celeste misterioso em breve.
Após a descoberta de Sedna, em 2016, os pesquisadores publicaram um estudo que propõe a existência do Planeta X e afirmaram a detecção de outros três TNOs com características semelhantes. Desde então, os autores do artigo continuam coletando informações para tentar confirmar a teoria; até o momento, foram descobertos outros TNOs que reforçam a possível existência, totalizando 13 objetos transnetunianos.
O motivo de os cientistas ainda não terem encontrado o Planeta Nove é a sua extrema distância do Sol, pois ele pode levar até 10 mil anos para completar uma órbita ao redor da estrela. Atualmente, Brown diz que os pesquisadores do projeto estão analisando dados do Telescópio Subaru do Japão, no Havaí. Se eles não o encontrarem, o Observatório Vera C. Rubin pode trazer a resposta para esse mistério.
Quanto tempo falta para encontrar o Planeta X?
O Observatório Vera C. Rubin começará a funcionar em 2025, mas os cientistas acreditam que ainda pode levar uma década ou mais para analisar os dados do telescópio e enviar sondas para confirmar a existência do objeto.
“Isso levará pelo menos uma década ou mais. Isto deve-se principalmente ao fato de as missões terem de passar por um longo e rigoroso processo de seleção governamental, acrescentou. Se o Planeta 9 for anômalo em algum aspecto, poderia haver mais interesse em acelerar tal missão”, disse Andreas Hein, engenheiro de sistemas espaciais da Universidade de Luxemburgo, ao Live Science.